quinta-feira, junho 02, 2005

primeiro, de muitos... espero.

é o meu primeiro post aqui. e como tal gostava de me iniciar com um "obrigado pelo convite" e um "espero poder contribuir para os debates que aqui se travam".

o debate em torno das questoes nacionais é importante. alias, muito importante, tendo em conta que somos governados por um governo de indole socialista. ja tivemos outras experiencias com governos "cor de rosa" (sem qualquer tipo de segundo sentido, ok?) e por isso parece-me fundamental que se fale abertamente sobre as opções que são tomadas pelos nossos governantes e que nos afectam a nós, portugueses, no quotidiano.

no entanto, este debate-conversa nunca mudará o rumo das coisas. serve apenas como um exercício pessoal/grupal de motivação cívica e de estimulação do raciocinio politico. uma maioria absoluta, como diria La Palisse, é uma maioria absoluta. contra isso, só podemos fazer alguma coisa daqui a 4 anos. ate la, resta-nos ver e apreciar o trabalho que vai sendo feito... e pagar os impostos.

impostos esses que vao subir de novo.
socrates tem razao quando diz que nunca afirmou que não subiria os impostos. mas disso todos suspeitavam.
daí a insistencia de santana na questao da subida dos impostos caso o PS ganhasse as eleições, aquando da contenda eleitoral.
questão a que socrates sempre fugiu...
do lado do agora primeiro ministro está a legitimação popular massiça traduzida na maioria absoluta que bajula o Governo em todos os debates mensais e o defende no dia-a-dia parlamentar.

questão 1: o voto traduz a confiança/aceitação do eleitor relativamente ao programa/propostas apresentadas por determinado partido na campanha eleitoral?

questão 2: o voto é um cheque em branco?

minha opiniao 1: pela parca experiencia que tenho, atrevo-me a dizer que a grande maioria dos eleitores não faz ideia do que contem o programa eleitoral dos partidos, sabendo apenas as questoes essenciais. mas o que é essencial ou não é decidido, no básico, pela comunicação social. o melhor exemplo é o choque tecnológico e outros choques que se foram projectando: falou-se muito, percebeu-se muito pouco. daí que, não estando a maioria dos eleitores cientes das linhas orientadoras propostas pelos partidos o voto não é sinónimo de "confiança/aceitação" desse projecto, mas sim uma arma de castigo, como aconteceu nas ultimas eleições.

minha opiniao 2: tendo em conta o que foi dito acima, parece-me que se pode encarar o voto como um cheque em branco. depois de "voto votado" não podemos voltar atras, daí que quem votou neste Governo, o tenha legitimado para 4 anos, concordando ou não com a maioria das soluções apresentadas para o País. mais ainda: o voto chega a ser tão "cego" que muitas pessoas são "socialistas desde pequeninos" ou "laranjinhas desde que nasceram" (ou de outro partido qualquer desde tenra idade!) sem nunca terem reflectido criticamente sobre a ideologia que fundamenta o seu partido politico. por isso votam, PS, PSD, PCP, CDS, por uma simples razao: porque sim...

depois disto, resta-me dizer o seguinte: aqueles que votaram neste Governo para castigar o anterior, ou porque eram do PS "desde pequeninos", assim como aqueles que votaram no PS porque leram o programa eleitoral e concordaram com a maioria das orientações la traçadas, estando neste momento estupefactos com a subida de impostos, so tem uma coisa a fazer: bater no peito dizendo baixinho "mea culpa, mea culpa...".

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