quinta-feira, junho 02, 2005

Caro Nuno,

Eu compreendo como falas. Não se trata de carneirizar ou clonar, não é tornar igual, é conceder os mesmos direitos e os mesmos deveres. Nunca disse que as pessoas são iguais, mas devem ter iguais direitos e iguais deveres. Na educação, o ser livre de optar não resulta, podes consultar os dados que quiseres sobre o Sistema Educativo Americano e Britânico, pois são esses que te permitem optar.
Premiares os bons e renegares os que não conseguem, sem quereres saber o que fizeram para não conseguir e não ajudares a colmatar essas falhas não acredito que seja a melhor forma de proceder num Estado democrático. Que culpa têm todos aqueles que não conseguirem mudar para a escola que pretendem? Ou tribunal? Que culpa aqueles ou estes de não conhecerem lá alguém, ou de não terem possibilidades financeiras? Como és capaz de condenar ao fracasso os milhares de jovens que por ano entram nas escolas ditas "mais fracas"? Como és capaz de os limitar a todos os níveis, só porque os seus colegas do ano anterior eram piores, ou por haver poucos professores, dos supostamente bons, que querem ir para lá?

Caro Pires,

Para mim, por enquanto, é apenas o IVA. (não foi o johny). Pouco ou nada mais, por enquanto, repito, por enquanto, tenho a apontar, mas por favor abram-me os olhos.

P.S. - Na Holanda vence o "Não". Haverá mais países?

3 comentários:

Pavão disse...

Caro Xavier,
não renego ninguém, mas assumo que se deve distinguir entre quem merece e os outros, uma chamada distinção pela positiva e não pela negativa. A todos uma verba para viverem, a todos uma propina/taxa de muderação que devem cobrar a quem usufrui do serviço, mas apenas a alguns que o mereçam uma bonificação extra.
Um exemplo: porque não diminuir 2% as verbas atribuidas a todas as universidades do país e premiar algumas com essa verba recolhida por situações de mérito especifico, como a nossa universidade do minho no seu departamento de texteis que tem feito um trabalho excepcional e reconhecido internacionalmente com verbas extra para mais investigação e investigadores?
Percebes a ideia? Premiar quem merece distribuindo melhor(dr forma diferente...) as verbas existentes, não aumentar ainda mais verbas nem deixar de fornecer verbas minimas a ninguém.

despertador disse...

Sim, compreendo, mas a minha questão é que nem sempre quem fica atrás dos outros é pior, por vezes é por ter menores condições que os outros, logo devemos apoiar esses mesmo que não tenham o mesmo mérito quantificado, não achas?

Pavão disse...

Não, devemos dar a esses as mesmas condições que aos outros, mas para mim o apoio deve ser pela descriminação pisitiva - quem é bom - e não negativa - quem não se consegue superar. Acredito na força de vontade de conseguir fazer mais e melhor para sair do fundo do poço (sou português...) e acho que esse é um dos males da nossa sociedade moderna - premiar quem não merece ser premiado, o que faz com que se nivele por baixo, pois quem não atige objectivos é premiado para tentar melhorar mais à frente e por isso sabe não ser preciso esforçar-se muito e, para cúmulo, quem consegue superar-se como não tem nenhum prémio por isso, depressa perde essa vontade de melhorar e começa apenas a fazer o essencial porque não ganha nada em fazer mais e melhor.
Era o mesmo que no atletismo dar uma medalha de ouro a todos os que corressem a final. Qual era a vantagem de ser o mais rápido, se o último também tem uma medalha igual à minha?
Por isso, a partir do momento em que todos têm uma base de suporte e apoio, cada um que faça os possiveis por obter os melhores resultados de forma a obter um prémio que permitirá mais tarde se desenvolver mais ainda. A isto, chama-se "descriminação positiva". Ajudar quem fica para trás, seja por que motivo for, chama-se "descriminação negativa". E isso é válido na educação, na sáude ou nas quotas das mulheres nos partidos políticos...