sexta-feira, maio 27, 2005

PS à direita?

Respondendo à pergunta, digamos que mais à direita do que à 10 anos atrás, posicionando-se claramente no centro e com possibilidade de tomar decisões de esquerda ou de direita consoante os cíclos económicos o exijam - a terceira via socialista, mais conhecida como o socialismo à Tony Blair.

Parabéns Sócrates. As medidas que tomou (nos post's abaixo enunciadas) vão de encontro aquilo que ouvimos todos os economistas (menos os do BE e do PCP) anunciar como a reforma urgente que a nossa economia necessita - diminuir o peso do sector público na economia. Os funcionários públicos, donos de previlégios instituidos após o 25 de Abril, precisavam de ver as suas regalias equiparadas aos do sector privado. Simplesmente porque os privados, para além de na generalidade trabalharem mais e não terem um emprego tão seguro, não podem ser obrigados a libertar os seus recursos para o Estado manter uma percentagem da população portuguesa com regalias superiores à maioria. Surpreendente foi estas medidas serem tomadas pelo partido socialista.

Aumentar o IVA tem um efeito imediato positivo nas receitas se o consumo não diminuir e se não aumentar a evasão fiscal. O IVA é o imposto que menos afecta a competitividade das empresas.

Se daqui a 3 anos se começar a verificar uma redução de impostos, é sinal que houve uma redução efectiva da depesa pública e a política económica foi bem sucedida. Apenas será possível reduzir impostos depois de emagrecer o Estado.
Restaurar o poder de compra da população e aumentar o emprego passarão então a ser os objectivos da política económica. Mas estes não serão possíveis sem equilíbrio nas finanças públicas, daí a prioridade ao défice.

A reforma da administração pública parece que finalmente arrancou. Espero que a coragem se mantenha. Mais, o cíclo político do PS é bem mais desfavorável do que foi o do PSD, com autárquicas e presidenciais à porta.

Excelente início de governação.

P.S. - Acredito que quem tenha votado PS não se sinta satisfeito, porque a promessa de não aumento de impostos foi quebrada. Mais uma vez apelo a uma responsabilização efectiva dos políticos pelo cumprimento ou não dos programas eleitorais apresentados. É essencial para a credibilização da política e do sistema democrático.
Por isso votei em branco nas últimas eleições.

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