domingo, maio 22, 2005

Benfica

Estes últimos dias têm sido os mais frutíferos, para mim, em termos de discussão Europeia. Mais uma razão para um esclarecimento alargado dos cidadãos e não uma campanha SIM, porque sim e NÃO, porque não. Aqui discute-se e muito me tem agradado discutir com o Miguel :).

Sobre a Europa, realmente, Miguel, levantas uma questão importante, como evitar os problemas nas votações europeias. Não podemos, contudo, defender uma constituição pelos problemas das votações. Defendes a federação e por isso os meus argumentos nunca "colarão" em ti, creio que por vermos a coisa de locais opostos.
Não concordas comigo quando digo que temos mais em comum com os Sul-Americanos e com os Africanos (nestes pontos referia-me, em particular, aos países de língua portuguesa). Defendeste-te no facto de, por exemplo, o iluminismo ter nascido na europa. Compreendo onde queres chegar, e concordo que temos muito em comum com a França, com a Espanha e com a Itália, países que ao longo dos mil anos que temos nos influenciaram muito. Porém, a visão do mundo dum povo não se fica pelas correntes filosóficas, vai para além delas, ou seja, é a língua. Eu sou português e tal como Agostinho da Silva disse, acredito que ser português é ser daqui, de Angola, de Moçambique, do Brasil, de Timor, etc. Primeira questão lateral: concordam com a possível adesão de Cabo Verde à UE?
Afirmas que foi na europa que apareceram as grandes correntes artísticas e filosóficas e que por isso existe toda uma comunidade europeia culturalmente unida. Mas não foram todas essas teorias para além das fronteiras da europa? Logo, é todo um património do mundo ocidental e do mundo ocidental fazem parte muitos países não europeus. Segunda pergunta lateral: concordam com a adesão da Turquia à UE? (esta pergunta surge, porque os valores que defendes pouco ou nada se verificam neste país).
Quanto ao resto, a Silvinha salvou-me de argumentar mais. Concordo com o que ela disse.

Bom, como o Sr. Pires atacou aqui o partido que está no Governo que, por coincidência, é o meu. Cabe-me dizer uma ou outra coisa. Acerca das promessas, já falei. Se o PS apanhou um susto com as contas públicas, não devia. Quanto à notícia do Expresso, não a li. Porém, e aqui me informarás, Pires, se o Campos e Cunha declarou ao jornal que se ia embora, é grave. Se é notícia para vender sem uma declaração do ministro é grave, mas para o jornal. Com Santana Lopes, o país assistia aos desmentidos e "mentidos" no jornal, às vezes em directo.
Sei que isto vai soar a partidarismo, mas o que Campos e Cunha referiu e Sócrates assinou por baixo foi que as medidas ditas difíceis só seriam aplicadas a médio prazo se as outras não resultassem. Não é, propriamente, uma contradição. A ver vamos e na quarta-feira cá estaremos para discutir.

P.S. - Como o título do post é Benfica, achei por bem dizer qualquer coisa sobre isso. Não tenho fé que ganhe o campeonato, mas ficaria muito feliz.

Sem comentários: