terça-feira, maio 24, 2005

HaHa - Dá para rir e gargalhar

Ontem assisti a um debate onde estavam presentes alguns dos responsáveis pela actual crise das contas públicas. No campo teórico razoáveis (o melhor para mim foi Eduardo Catroga, sem dúvida). No campo prático ministros ou secretários de estado razoáveis, maus ou muito maus (o melhor, e os resultados asssim o demonstram, continua a ser Catroga).

O Pina Moura veio dizer que o problema das contas públicas começa essencialmente em 1991 (ano de eleições), quando Miguel Beleza (outro opionion-maker da nossa praça), na altura ministro das finanças, aprovou medidas que provocaram um aumento real das despesas na ordem dos 15%. Por este andar, daqui a 1 ano estamos a culpar o Salazar...

Pelo que ouvi, os últimos 15 minutos foram os únicos que me acrescentaram algum conhecimento. O resto do programa foi conversa de xaxa, que andamos a ouvir à cerca de 4 anos.

Problema(s): Aumentar a produtividade e a competitividade e equilibrar as contas públicas.
Como: Medidas para o fazer???

Este tem obrigatoriamente de ser o cerne do debate. Os problemas já estão diagnosticados há muito. Queremos a vacina. Que também já todos descobriram. O problema é que a picada é muito dolorosa. E não temos "médicos" com coragem.

3 Medidas para diminuir o défice:
Aumentar o horário laboral para 45 horas semanais (mais 30 minutos por dia) - na Alemanha os operários de fábricas da Opel e da Volkswagen aceitaram aumentar as horas de trabalho para manterem os seus empregos;
Subsídio de doença dos funcionários públicos semelhante ao dos trabalhadores do sector privado (65% do seu salário) - a lei actual é um incentivo ao absentismo, como disse e muito bem Bagão Félix;
Partir de um orçamento zero nos ministérios da educação e da saúde - É imperioso atacar as despesas destas áreas. É preciso elaborar um plano de gestão, hospital a hospital e escola a escola, e racionalizar os custos. Um bom gestor encontrará sempre onde poupar.

Isto para não mencionar aquelas que já estamos fartos de ouvir: acabar com as SCUT, manter as cativações (que nem sei muito bem o que é) e apostar no combate à fraude e evasão fiscal.

Os programas do género do que assisti ontem, onde os intervenientes são os próprios responsáveis pela calamidade actual, é que inspiram frases como esta:

Falam, falam, falam, mas ninguém os vê a fazer nada...

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