Profundamente imerso num anestesiante banho eleitoral para a presidencia da republica, Portugal entra no novo ano de 2006 com um sentimento economico depressivo e nada dado a motivaçoes positivas para os proximos tempos, culminar de uma forma de governação rigida e nada dialogante, catalizadora de conflitualidade social, mas assente numa maioria parlamentar absoluta (e absolutista).
e dessa maioria, um deputado da Nação em particular me motiva a escrever hoje.
mas primeiro, a minha definição de deputado à Assembleia da Republica:
um cidadão que pelas suas capacidades em dada area da actividade social, se destacou, e que por ser considerado dos mais capazes (genericamente) entre os seus pares, foi eleito para representar os demais cidadaos da melhor forma que for capaz, colocando sempre acima de tudo, os mais elevados interesses da Nação e dos Cidadãos que representa.
infelizmente tenho consciencia da realidade parlamentar portuguesa...
mas por não perceber como é o dr. JOAQUIM Augusto Nunes PINA MOURA capaz de conciliar os "os mais elevados interesses da Nação e dos Cidadãos que representa" com o cargo administrativo que ocupa na IBERDROLA é que escrevo este artigo.
não consigo encontrar resposta clarificadora para seguintes perguntas:
como pode um deputado da Nação ser director executivo de uma empresa como a IBERDROLA, quando a incompatibilidade dos cargos é gritante?!
como pode a comissao parlamentar de etica continuar em silencio quando a empresa espanhola que o deputado PINA MOURA dirige se prepara para assaltar a rival portuguesa EDP?!
como pode a consciencia colectiva do PS permitir-se ao silencio, quando um seu deputado coloca os interesses corporativos e pessoais à frente daquilo para que foi eleito?!
a minha resposta às tres questoes, de uma so vez: NAO PODE!
NAO PODE o dr. PINA MOURA ser deputado, quando tem interesses privados muito fortes, susceptiveis de porem em causa os superiores interesses nacionais;
NAO PODE a comissao parlamentar de etica (composta por 22 deputados, 22 consciencias!) continuar calada, quando estamos perante um caso de incompatibilidade obvia, e principalmente, quando o deputado PINA MOURA actua contra os principios que para mim deveriam ser sagrados para um deputado;
NAO PODE o PS continuar a assobiar para o ar, quando casos verdadeiramente escandalosos como este ocorrem com deputados seus e, neste caso, ex - minitro tambem, sob o risco de contaminar de forma irremediavel a opiniao dos portugueses acerca da politica e dos seus agentes, nomeadamente os partidos politicos.
e por fim, o presidente da republica (para justificar o titulo)...
sera recordado como o PR que acordava sempre quando a casa ja quase ruia, depois de muito arder.
infelizmente, ja o demonstrou por diversas vezes.
desta vez, foi fiel a si mesmo.
so depois de estar uma proposta em cima da mesa para a direcção da EDP é que o PR acorda estremunhado para dizer que afinal quer saber como é que vai ser o futuro da EDP;
acorda para perguntar o que se esta a passar, quando o mais importante ja se passou; e enquanto ressonava, um seu camarada de partido preparava-se para tomar de assalto uma das mais importantes empresas portuguesas, a EDP.
espero para ver o que fará a seguir o "moribundo" jorge sampaio.
espero para ver as cenas dos proximos capitulos na EDP, tendo quase como adquirido que o deputado PINA MOURA continuara a ocupar o lugar para que foi eleito na AR, assim como o cargo que ocupa na IBERDROLA.
e espero que a comunicação social acorde tambem.
Macau que se vai perdendo
Há 10 anos
2 comentários:
O candidato presidencial, Manuel Alegre, fez o comentário mais feliz "Um estranhíssimo negócio" referindo-se a uma possivel corrupção dizendo que "é preciso combater esse polvo e cortar-lhe os tentáculos".
no minimo poetico...! mas pelo menos disse alguma coisa! ja o sr. silva aka professor cavaco, voltou a dar uma meia resposta e pouco se percebeu do que faria caso tivesse este caso nas maos. ainda assim, la foi dizendo que o PR jorge sampaio fez bem. concluino, continua fiel ao seu estilo de, como agora lhe chamam, estadista...
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