Caro Xavier, agradeço-te o facto de teres proposto para este grupo de amigos cósmicos, até agora alguns deles apenas virtuais, algo mais palpável, mais prático e concreto, de preferência com consequências reais para a sociedade.
Também já me começava a sentir, de certa forma, um daqueles tipos que "falam, falam, falam mas nunca fazem nada".
Nestes últimos oito meses, todos desenvolvemos as nossas ideias e opiniões sobre tudo e sobre nada. Desde política, economia, justiça, educação, saúde, questões sociais, relações internacionais, desporto, etc. Como muito bem falou o João da Ega, não a mim mas eu já soube, faltou-nos falar mais de amor e sexo. Iremos, com toda a certeza, dedicar mais tempo à prática que mais prazer oferece ao Homem e que, no entanto, não deixa de ser um tabu, um problema ético, algo reprovável, um pecado ou um crime conforme a sociedade em que estejamos inseridos. Ainda há quem defenda que na idade média a sociedade também evoluiu. Eu considero que, se pusessemos esses mil anos numa balança, o peso da regressão seria imensuravelmente superior. Mas, sobre isso e sobre o sexo enquanto acto de prazer e indissociável do mundo animal, falarei noutro momento.
Queria eu com isto dizer que estes nove meses serviram para nos apercebermos das nossas diferenças na forma de atingir um ou vários objectivos comuns, tais como bem-estar social e justiça.
No entanto, e eu acredito que todos nós pensamos realmente assim, há várias coisas que nos unem: a luta contra a corrupção, a transparência política, a simplificação das leis, a responsabilização política, etc. Realço este último porque é aquele que mais me revolta. OS POLÍTICOS MENTEM DESCARADAMENTE E NADA LHES ACONTECE. A avaliação do seu trabalho é feita nas urnas, mas, a responsabilização tem que estar prevista numa lei simples e transparente.
Tenho algumas ideias sobre o que se fazer sobre este tema, que assentam nos seguintes pilares:
- O vencimento dos políticos passa a estar indexado ao grau de execução do programa apresentado;
- Criação de um modelo de apresentação dos programas eleitorais - Simples, claro, igual para todos os partidos e que todos os portugueses pudessem facilmente ler e compreender;
- Criação de um orgão de avaliação do grau de execução do programa eleitoral - com base no modelo que tenho pensado, qualquer um poderia pertencer a este orgão porque a simplicidade do modelo permite averiguar muito facilmente o nível de execução do projecto político.
Provavelmente, depois de o partilhar convosco serão encontradas muitas falhas, mas espero que não o achem impraticável.
As democracias modernas estão actualmente a atravessar uma grave crise de credibilidade. Os políticos, em todo o mundo ocidental, são vistos como mentirosos e oportunistas. Se eles mentissem mas fossem punidos por isso, mas não, nada lhes acontece. O Durão Barroso e o José Sócrates se chegassem ao fim da legislatura e não vissem nem metade do vencimento a que teriam direito, provavelmente pensariam duas vezes antes de fazerem precisamente o inverso daquilo que disseram uma semana antes. É muito vergonhoso.
Mas, e para finalizar, temos cósmicos liberais, sociais-democratas, socialistas, maoistas, de todos os quadrantes. Mas, acredito, todos somos defensores da DEMOCRACIA.
Por isso, o meu repto é que, se criarmos um movimento tertuliano, ele incida sobre a defesa do sistema democrático que por sua vez, a meu ver, passa pela criação de condições para a dignificação da classe política.
Para isto, nada melhor do que uma reunião cósmica à hora de jantar, onde seja discutida a possibilidade de uma intervenção com, no mínimo, maior visibilidade e, no máximo, que as nossas ideias e medidas sejam adoptadas pela lei.
Macau que se vai perdendo
Há 10 anos
2 comentários:
Meu caro Miguel, novamente estamos de acordo (já agora, conta comigo para o jantar). Creio que o teu modelo pode ter falhas, mas não é isso que deve impedir a sua aplicação. Neste país andamos sempre à espera de fazer o perfeito, em vez de evoluirmos até ele, por isso, tens o meu apoio.
so discurdo:
quando afirmas um movimento que passa pela criação de condições para a dignificação da classe política....
Mas o movimento deve dignificar o Homem (e mulheres, para a salomé não ficar chateada)e a sociedade ....... consecutivamente teremos a dignificação da classe politica.
Classe essa que acredito que a curto prazo, conste com Homens( e mulheres...) como o António Borges, o Nuno, tu e o Xavier.
:)
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