Não me lembro de ver todos os quadrantes da função pública mobilizados numa luta por direitos adquiridos (prefiro chamá-los de privilégios adquiridos, por serem só para alguns). Greves, reivindicações e choradinhos. Pessoalmente considero que tais atitudes apenas revelam que este governo está a tomar as medidas que o anterior anunciava mas que por falta de coragem não as tomou, ou seja, está a tomar as medidas necessárias para uma efectiva convergência entre os portugueses trabalhadores do sector privado e os portugueses trabalhadores do estado. Estas medidas têm que ser tomadas se queremos deixar de ouvir falar no défice. Já que este não se evapora por magia, é preciso tomar medidas de fundo para lhe fazer face, e é isso que este governo parece estar a fazer.
Também tem que ser dito o seguinte: se com o PS a tomar estas medidas vimos tanta contestação, com o PSD vinha o carmo e a trindade abaixo.
Recentemente vi na televisão uma grevista funcionária judicial a berrar que o seu vencimento no mês de Agosto foi de sensivelmente 600 euros e que a possibilidade de usufruir dos tais direitos adquiridos é que a levou a empregar-se no Estado.
O que eu digo é que é preciso uma grande lata. Que nomes terão chamado a essa senhora as empregadas têxteis sem direitos adquiridos, um vencimento de 500 euros, muito possivelmente mais horas de trabalho e sem garantias de manutenção do emprego?
O aumento da idade de reforma e a passagem para o sistema nacional de saúde de todos os funcionários públicos são um imperativo de justiça. Temos de acabar de vez com os portugueses de primeira e de segunda.
Por isso, este governo tem o meu apoio. Espero que não se demita depois da estrondosa derrota que vai sofrer nas autárquicas, porque afinal, a mesquinhez e a estupidez do povo português vai ser mais do que evidente quando Fátima Felgueiras, Isaltino Morais, Valentim Loureiro e Ferreira Torres ganharem as câmaras a que são candidatos. (Espero estar enganado, mas temo que esteja certo).
Não quero com isto deixar a impressão que concorde com tudo o que está a ser feito pelo governo, mas no geral considero que esteja a mexer onde é preciso.
Se este governo apresentar um défice orçamental de 4,5% ou menos para o ano de 2006 sem recurso a receitas extraordinárias, e conseguir cumpri-lo, tem todo o meu apoio para prosseguir com esta política de cortes nos pré(i)vilégios adquiridos.
Post Scriptum - Ouvir os sociais democratas contestar as medidas do governo é mais uma prova evidente da falta de coerência que existe na política de acordo com a posição que se ocupa.
Macau que se vai perdendo
Há 10 anos
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