quarta-feira, setembro 21, 2005

Optimismo II (demasiado estupidificado para arranjar um título decente)

Bom, parece que voltei de vez. :)
Antes de mais, gostaria de referir que pertenço a uma jota e que trabalho directamente com pessoas das quais me orgulho de conhecer. Temos momentos de intenso trabalho, outros de menor, mas vamos dando o que podemos com uma única ideia: "nunca dizer «sim» sem saber para quê ou por quê". Outra ideia é manter a distância entre o partido e a jota. Um pertence ao outro, mas são coisas diferentes, que têm pensamentos diferentes (pelo menos, por enquanto). Por isso, não me sinto desiludido com a jota em si, é mais com os seres parasitários que de quando em vez surgem e que parecem colher os seus frutos dentro dos partidos. Isso sempre me revoltou. Se querem que o diga abertamente, direi: a JSD tem desempenhado um bom trabalho; a JS (e o grupo do qual faço parte), não sei avaliar, mas acredito que sim. Porém se perguntarem a algumas pessoas, as quais vos posso indicar, dirão que não, que está "inoperante". Talvez esteja, mas o que se entende por inoperância: reflectir sobre o concelho, ter ideias próprias, fazer actividades, não pensar na militância compulsiva, fazer actividades que vão para além da festinha no lugarejo X ou do joguinho no campo Y - se é isto, então, realmente, estamos inoperantes. Mas pelo menos, quando deixarmos isto poderemos olhar para trás e dizer que durante uns tempos a JS fez mais do que abanar bandeiras.
As jotas são importantes, bem mais do que se pensa. É somente necessário que os partidos olhem para elas com mais cuidado. Que lhes dêem a atenção devida. Neste momento não tenho razões de queixa do PS Guimarães, salvo excepções, mas existe sempre a tentação por parte de alguns de dominar os jovens, certo?

Os seres parasitóides habitam em todo o lado, seja no PS ou no PSD de Guimarães. Há-os nas listas de um e de outro e dos outros, ou não é assim? Claro que é, todos nós sabemos isso.
Sim, já ouvi falar do Fórum Vimaranis e considero esse tipo de iniciativas louváveis, mas diz-me se são ou não poucas? Diz-me se não são raros os movimentos cívicos. Não quero fazer uma crítica à participação cívica dos vimaranenses e dos portugueses, apenas existe demasiada dependência do que está instituído. Não foi em vão que demorámos quarenta anos a acabar com uma ditadura... Há um filósofo/pedagogo português que dizia que nós estamos sempre à espera do Estado. Referia-se neste ponto ao facto de em Portugal não haver, na altura, escolas criadas por quem queria que houvesse, por exemplo, para os filhos. Hoje já se encontra ou outra que foram criadas através de cooperativas de pais, mas ainda sofremos do mesmo mal. Eu sofro desse mal. Talvez se não sofresse em vez de estar na JS estaria num outro local, criado pelo grupo de amigos e por mais alguns.
Caro Nuno, caro Pires e caros observadores, fazer oposição, todos sabemos, é bem mais fácil do que defender quem está no poder. Dizem-me que não critico o meu partido, tu, Pires, bem sabes que é mentira, meu malandro. Critico. O PS não é perfeito, nunca há-de ser. E se sou militante do mesmo prende-se apenas com o facto de concordar com a ideologia que este pretende defender. Talvez me seja mais fácil criticar publicamente o poder central do que o local, pois estou inserido no meio e conheço muitas das pessoas que trabalham para a melhoria do concelho e porque sei que, as que conheço bem, tentam fazer o seu melhor de um modo altruísta. O problema do desemprego não seria nunca resolvido pela Câmara, agora que esta poderia ajudar a resolvê-lo sim, concordo. Uma das maneiras seria promovendo mais escolas profissionais e formação profissional, algo que o Centro de Emprego ineficazmente faz. Mas por aí não entro, pois não conheço profundamente até que ponto as competências da Câmara lhe permitem funcionar da forma que propões.
Bom, isto já parece o testamento de alguém muito rico. Por isso, para terminar, gostaria de referir o que me desilude não é a política local, nem são os partidos, são as pessoas. A política local, se querem que avalie, até me parece rica. Temos por cá bons políticos. Acreditem ou não, temos. Porém, também há os maus, os que estão cá para alguma coisa mais. Seja nas jotas ou nos partidos, à volta dos bons políticos há sempre os maus, os que aspiram a ser importantes e que por isso vão usando os seus truques. Não falo do Magalhães nem do Rui Vítor Costa, esses aspiram a ser eleitos, mas já estão em cargos que lhes permitem mostrar alguma coisa sem ter que tratar mal os outros. Falo da arraia miúda, dos que gravitam à volta e que têm medo de perder o lugar ou de não chegar a esse lugar.
Bom, meus caros, alguém me obrigue a mudar de assunto, p.f.

3 comentários:

despertador disse...

Caro João da Ega,
Discordo da tua ideia de Jota, apesar de concordar que existe muito disso dentro delas. Discordo, porque o meu grupo de amigos age exactamente contra isso, depois, a nível nacional a JS tem-se portado muito bem. A nível distrital aí, tudo o que disseste se aplica, a distrital da JS tem sido a escolinha do crime desta malta toda.
Caro Renato,
Vou-te dizer quem sou para veres como eu compreendo o que dizes: sou o Xavier, Secretário Nacional para a Educação e Secretário Coordenador da JS Guimarães. Um grande abraço, pá (o mundo é mesmo pequeno, hem?)

Pavão disse...

Apesar de ter pertencido a outra jota (a laranja, neste caso) e não ter pertencido a cargos nacionais, alguns dos elementos do meu grupo de amigos alguns já ocuparam esses lugares e posso te afirmar que localmente a JSD-Guimarães, e quem como no meu caso já de lá saiu por ter atingido a idade estatutariamente definifa, não são nem analfabetos nem carreiristas nem, muito menos, ignorantes, como alguns teus amigos do PS poderão atestar por conhecimento e convivio pessoal. Mas é verdade que conheço muitos e que muito do meu tempo local de jota tem sido empregue no combate aos carreiristas locais que tanto têm feito para conseguir um poleiro, felizmente até agora sem sucesso (ou de sucesso muito reduzido!) em vez de podermos nos concentrar exclusivamente nos assuntos que realmente nos deviam preocupar...

Mas eu continuo na minha: não podemos generalizar, mesmo que a maioria assim seja, porque senão muitos de nós que cá andamos metidos nas jotas (pelo visto, só neste blog, sou eu, o Pires, o Xavier, o João da Ega...) e que, quais formiguinhas, não nos reconhecemos nessa visão somos metidos no mesmo saco das cigarras cantadoras dos amanhas que florescem...

despertador disse...

Meus caros,
Generalizar é uma forma de argumentar. E se lerem bem o que escrevi genralizei, mas salvaguardei todos os que lá andam sem carreirismo.
Abraço.