sexta-feira, setembro 23, 2005

A guerra por Jerusalém

A guerra por Jerusalém, como eu gosto de lhe chamar, é o problema que, do meu ponto de vista, alimentou o radicalismo islâmico e o fanatismo religioso nos últimos 30 anos.

Este conflito, que se arrasta à mais de 50 anos, foi originado pela ONU quando delineou que a nação Israel iria ser constituída naquele território. Se calhar, por razões históricas, até tem razão de ser. Mas, a realidade tem-nos demonstrado que todo o processo foi mal conduzido. Sobretudo a retirada dos palestinianos que viviam onde actualmente é Israel.

Hoje em dia, e fruto do desenrolar vertiginoso da situação, com guerras e conquistas de territórios sucessivos, este conflito é visto por uma grande parte do mundo islâmico como uma guerra de civilizações, onde a diferença religiosa torna todo o conflito em algo incomparavelmente mais radical, mais desprovido de razão e em que o entendimento é quase impossível.

O mundo ocidental não consegue, hoje em dia, entender como é possível verter sangue em nome de uma entidade abstracta que nem sequer há provas que exista: Deus. Mas, não nos esqueçamos que há uns séculos atrás foram os nossos reis que, sob a bandeira das cruzadas, partiram à conquista dos infiéis. Nunca, até hoje, ouvi um historiador ou algum especialista chamar de bárbaro e condenar veemente aquilo que foi feito.

Nada mais do que pequenos passos (como o Acordo de Oslo) e o tempo, mas especialmente este último, poderão sarar as feridas abertas por mais de meio século de lutas corpo a corpo.

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