terça-feira, julho 19, 2005

Perder Tempo

O Governo chegou ontem a um acordo com os patrões e a UGT relativamente às primeiras alterações ao Código do Trabalho sobre o funcionamento da arbitragem na resolução de conflitos negociais.

Sem dúvida nenhuma que neste país perde-se mais tempo a desfazer o que anteriores governos fizeram do que a procurar solucionar os verdadeiros problemas do país.

Claro que, para um liberal como eu, que cada vez mais defende menos Estado a imiscuir-se na vida das empresas e das pessoas (ao contrário dos neoconservadores de direita que se dizem liberais... fazem-me rir... um liberal tem que o ser na verdadeira dimensão da palavra e não apenas ao nível da política económica... para mim as liberdades individuais valem mil vezes mais), nem sequer faz muito sentido falar em contratação colectiva.

Será que obrigar as empresas ao cumprimento das regras básicas de higiene, saúde e segurança no trabalho, a fixação de um salário mínimo nacional e a fixação de um horário laboral não é já a regulação necessária para uma lei geral do trabalho? Querem controlar tudo...

Porque as empresas para despedirem os seus colaboradores, das duas uma: ou houve uma quebra de produção e consequente diminuição do volume de trabalho necessário, ou o colaborador em causa não cumpre com as suas obrigações. Tanto num caso como noutro, não é legítimo o empresário proceder ao despedimento?

Visão simplista? As nações europeias onde existe maior rigidez das leis laborais são precisamente aquelas que não conseguem arrancar com o crescimento. Nos EUA (país que muito critico pela condução da sua política internacional, quer geopolítica quer económica) a flexibilidade do mercado de trabalho permite que haja transferência de mão-de-obra que trabalhava em sectores que perderam competitividade e cujas empresas fecharam, para novas empresas em sectores que começaram a surgir.

E não têm o Estado Social que a Europa tem... Será também por isso que há menos desempregados? É que não são raros os casos de pessoas que preferem ficar a receber durante dois anos o fundo de desemprego em vez de voltarem a trabalhar. Felizmente, penso que irá começar a haver maior rigor nesta questão.

Lamento apenas que se perca tempo, porque isso significa o adiamento de assuntos mais importantes para o futuro do país.

P.S. - O negrito é apenas para realçar aqueles meus valores, que não vejo agrupados num único partido. A direita é liberal nas políticas económicas e conservadora nos valores. A esquerda é interventiva na política económica e mais liberal nos valores. Pois bem, eu sou liberal em tudo.

1 comentário:

"Fernando Pessoa" disse...

Eu axo q está a disfarçar e a justificar a tua deslocação do centro para a direita.

Mas não consideres prejurativo, estas laterações são normais, os valores mudam, .....

Repara, o Durão passou do MRPP para o PPD, o Freitas Amaral do CDS para o PS e qualquer dia passa para o BE. ....

:)