Morre Rei Saudita. E agora?

A morte do Rei Fahd fez disparar os preços de petróleo para níveis vistos pela última vez em 1988, segundo noticía o público.

A Arábia Saudita é, juntamente com o Paquistão, um dos países islâmicos onde existem escolas religiosas (vulgo madrassas) mais poderosas e radicais. Na Arábia Saudita está também a maior base do exército norte-amerericano no médio oriente e é lá que se situam cerca de 25% das reservas mundiais de petróleo.

Um cenário de destituição da Casa de Saud do poder poderia provocar uma verdadeira catástrofe na economia mundial e na própria ordem política. Os E.U.A. jamais permitirão que o poder na Arábia Saudita seja tomado por fanáticos religiosos e, se tiver que intervir para impedir tal acontecimento, não tenho dúvidas que o fará, o que servirá para aumentar em muito o ódio dos países islâmicos aos E.U.A. em particular e ao ocidente em geral. Mas, numa situação destas, não intervir, pode significar a proliferação (ainda mais) do wahabismo (corrente mais radical do islão), um igual ou pior descalabro na economia mundial e um retrocesso no ínfimo que a geração do Rei Fahd conseguiu em termos de direitos das mulheres (se é que se podem chamar direitos áquilo).

Mas, como a Arábia Saudita tem dos melhores serviços secretos do mundo e a sucessão já estava a ser preparada com antecedência, não creio que se crie nas arábias mais um foco de instabilidade na região do médio oriente, pelo menos ao nível do Iraque, Afeganistão e Palestina.