O futuro estratégico de longo prazo da Europa está hipotecado. A vitória do "não" em França, tida como certo pelas últimas sondagens, irá provocar um adiamento das reformas essenciais para o funcionamento das instituições europeias - nomeadamente no que diz respeito aos mecanismos da tomada de decisões -, um atraso no processo de uma integração que tenha como fim o federalismo e, mais importante, vai continuar a impedir que a Europa fale a uma só voz nas grandes questões internacionais.
Esta última penso que seja a mais grave. Corremos o risco de ficarmos de fora das decisões que influenciarão o futuro da humanidade.
Por este caminho, daqui a 20 anos, países como a China, a Índia e o Brasil terão mais peso na cena internacional do que a Europa.
Uma Europa fragmentada ao nível da política internacional é, actualmente, o maior risco para o futuro dos jovens europeus.
Os actuais líderes europeus têm a obrigação de tomarem no presente as decisões que se lhes exigem. Este novo tratado seria um passo em frente. Aproximar a Europa e as suas instituições dos cidadãos europeus será um desafio importante de forma a unir politicamente os europeus.
Mas, segundo me parece e ao contrário do que tem sido norma nos últimos tempos, o adiamento do futuro da Europa será por culpa dos seus cidadãos e não por culpa dos políticos ou de lobbies.
Será pela conjuntura económica difícil ou será pelo anti-federalismo dos grandes países europeus que o "não" irá vencer em França?
Macau que se vai perdendo
Há 10 anos
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