sexta-feira, novembro 11, 2005

França: o que foi nao volta a ser...

finalmente a Europa acordou para o problema da enraização social das gerações secundarias de emigrantes (problema que ja deveria estar no topo das prioridades da agenda europeia ha mt tempo...).

pena é que tivessem que arder carros, morrer pessoas e vir a policia de choque para a rua. e mais uma vez constatamos o poder do pequeno (grande) ecra... (mas isso é outra história!)

o que a França vive neste momento é um caos transmissivel. tanto o é que ja se reflectem noutros paises os efeitos secundarios da revolta social francesa. e nenhum pais esta imune...

parece-me que a França se afundou ha muito tempo no seu alter ego idealista e arrogante. o engraçado é que alter ego rima com cego! e parece-me que a cegueira de que a França padeceu durante decadas, impediu que se tomassem medidas para evitar o que agora se passa.

ponho o dedo na ferida sem mais demoras: a emigração deve ser fortemente regulamentada e fiscalizada.

nao podemos permitir que entrem emigrantes aos milhares sem termos condições de os receber com o minimo de dignidade. eu questiono-me pelo seguinte: como é possivel que entrem tantos emigrtantes ilegais?!
como é que, depois de se saber da ilegalidade cometida, em vez de se actuar em conformidade com a lei, procuramos nacionalizar os ilegais?!

não é racismo pedir que se evite a entrada excessiva de emigrantes. prefiro ter poucos emigrantes bem ou, pelo menos, razoavelmente enquadrados na sociedade, do que milhares de emigrantes completamente desfazados da realidade social em que vivemos.

em França, como em Portugal, temos hoje as 3ª gerações de emigrantes, hoje ja portugueses. a questao da sua aceitação pela sociedade é uma faca de 2 gumes:
por um lado temos jovens que viveram marginalizados em ghettos, mts vezes por opção propria, que cresceram com o crime e que nunca procuraram o desenvolvimento proprio, tendo preferido uma vida desregrada aos bancos da escola;
no outro lado temos uma sociedade que nunca conseguiu aceitar a diferença de que vem de fora e que nunca abriu portas para uma mistura cultural saudavel, capaz de enraizar quem deixou as suas raizes originais a milhares de quilometros.

em Portugal, o fenomeno migratorio nao toma proporções identicas as francesas: apenas Lisboa deve ser considerada, quando falamos em emigração massiça. em França temos cidades inteiras completamente descaracterizadas sociologicamente, fruto de anos de insensatez colectiva, que permitiu movimentos migratorios abundantes sem nunca questionar as consequencias.

as consequencias sao hoje visiveis: jovens marginais, completamente incompatibilizados com uma nacionalidade que possuem mas que não reconhecem.
jovens que vivem numa sociedade paralela àquela que rejeitaram desde cedo.

naturalmente, não culpo apenas os emigrantes pelo que sucede em França. os agentes politicos sao tao ou mais culpados:

em primeiro lugar, nunca deveriam ter permitido ao longo dos anos tamanho fluxo migratorio; em segundo, não podem aproveitar-se de pessoas, para conseguirem uma eleição para o que quer que seja!

num pais onde 25% dos eleitores vota Le Pen, é natural que os proto-candidatos à Presidencia da Republica gaulesa procurem atrair esse eleitorado com politicas repressivas relativamente ao alvo facil do costume da direita: os emigrantes. e isso nunca deveria acontecer...!

mas acontece. tudo isto acontece.
encaro o Mundo com optimismo, mas por vezes é dificil continuar a acreditar...

1 comentário:

XanaeR disse...

desculpem ter feito um post tao grande. se nao lerem tudo, eu percebo...