Tudo se passou à cerca de 10 anos atrás, num dos primeiros meses do ano, e previa-se um dia como tantos outros. Era de manhã e eu tinha ido comprar pão para o pequeno – almoço, só tinha aulas de tarde naquele dia.
Ao chegar a casa, avistei um homem com um saco e com um ar que na altura me causou um certo medo. Desviei o olhar, mas não resisti em olhar de novo, nesse instante todo o medo se dissipou, o homem estava estendido no chão. Corri até casa para buscar água e tentar reanimar o homem. Quando regressei já o homem estava mais acima sentado na valeta, com as beatas da mercearia todas de volta dele, aproximei-me para tentar saber então o que se passava.
O homem tremia todo e mal conseguia falar. Posto isto, abrimos o saco para tentar saber mais sobre ele. Lá dentro tinha alguma roupa, muitos medicamentos, e uma folha de papel 25 linhas azul de uma câmara municipal, onde declarava que aquele homem tinha problemas nervosos, o que explicava o facto de estar a tremer. Uma vez que a mercearia tinha snack, os proprietários deram-lhe o pequeno-almoço. Mas acham que o levaram lá pra dentro?! Pois…nada disso, deixaram-no mesmo ali na valeta e foram embora. Pediram-me só pra depois levar lá a chávena.
Fiz-lhe companhia e fui conversando com ele, até que ele me disse que andava ali a tentar arranjar boleia pra Lisboa onde tinha uma irmã.
Enquanto ele acabava de comer pedi-lhe pra esperar por mim. Fui a casa e preparei-lhe um saco com comida, trouxe algum dinheiro e também um bonequinho que dizia “I love you”. Quando voltei coloquei a merenda no saco, dei-lhe 1000$ que na altura já era qualquer coisa, e o boneco coloquei-lho na mão e disse: “Se em algum momento se sentir só, aperte este boneco e lembre-se que eu estarei a torcer pra que consiga chegar ao seu destino.”, ele agradeceu e dirigiu-se á paragem do autocarro.
Quando fui entregar a chávena nem imaginam o que aconteceu! Lançaram-se todos pra cima de mim a dizer que não devia ter feito aquilo, que já uma vez tinham andado a pedir pra um deficiente e veio-se a descobrir que era tudo mentira. Eu fiquei estarrecida a olhar pr’aquela gente sem saber o que dizer. Como é que mediante o que esteve diante dos olhos de todos podia haver dúvidas?! É que nem mesmo um actor de Hollywood fingiria tão bem.
Aquilo fez-me lembrar o célebre lema dos Mosqueteiros: “Um por todos e todos por um”, mas neste caso na versão: paga um por todos e pagam todos por um. E esta é a triste sociedade em que vivemos.
Ao chegar a casa, avistei um homem com um saco e com um ar que na altura me causou um certo medo. Desviei o olhar, mas não resisti em olhar de novo, nesse instante todo o medo se dissipou, o homem estava estendido no chão. Corri até casa para buscar água e tentar reanimar o homem. Quando regressei já o homem estava mais acima sentado na valeta, com as beatas da mercearia todas de volta dele, aproximei-me para tentar saber então o que se passava.
O homem tremia todo e mal conseguia falar. Posto isto, abrimos o saco para tentar saber mais sobre ele. Lá dentro tinha alguma roupa, muitos medicamentos, e uma folha de papel 25 linhas azul de uma câmara municipal, onde declarava que aquele homem tinha problemas nervosos, o que explicava o facto de estar a tremer. Uma vez que a mercearia tinha snack, os proprietários deram-lhe o pequeno-almoço. Mas acham que o levaram lá pra dentro?! Pois…nada disso, deixaram-no mesmo ali na valeta e foram embora. Pediram-me só pra depois levar lá a chávena.
Fiz-lhe companhia e fui conversando com ele, até que ele me disse que andava ali a tentar arranjar boleia pra Lisboa onde tinha uma irmã.
Enquanto ele acabava de comer pedi-lhe pra esperar por mim. Fui a casa e preparei-lhe um saco com comida, trouxe algum dinheiro e também um bonequinho que dizia “I love you”. Quando voltei coloquei a merenda no saco, dei-lhe 1000$ que na altura já era qualquer coisa, e o boneco coloquei-lho na mão e disse: “Se em algum momento se sentir só, aperte este boneco e lembre-se que eu estarei a torcer pra que consiga chegar ao seu destino.”, ele agradeceu e dirigiu-se á paragem do autocarro.
Quando fui entregar a chávena nem imaginam o que aconteceu! Lançaram-se todos pra cima de mim a dizer que não devia ter feito aquilo, que já uma vez tinham andado a pedir pra um deficiente e veio-se a descobrir que era tudo mentira. Eu fiquei estarrecida a olhar pr’aquela gente sem saber o que dizer. Como é que mediante o que esteve diante dos olhos de todos podia haver dúvidas?! É que nem mesmo um actor de Hollywood fingiria tão bem.
Aquilo fez-me lembrar o célebre lema dos Mosqueteiros: “Um por todos e todos por um”, mas neste caso na versão: paga um por todos e pagam todos por um. E esta é a triste sociedade em que vivemos.
5 comentários:
welcome Bequitas,
Muitos parabens
Só assim esta nossa vida tem sentido...
Adorei o teu post e posso dizer que ele me fez lembrar, por algumas razões, uma viagem que fiz o ano passado até Itália, à boleia de camião T.I.R.!!!
Quem sabe um dia destes deixo-vos um post com um breve resumo dessa experiencia maravilhosa que tive...
"O importante é estar lá"
benvinda ao blogue, cara bequitas!
quanto ao teor dos teus posts, devo dizer k estou chocado com a diferença realtivamente ao habitual por estes lados! mas é normal que o lado feminino deste blogue arraste a nossa tendencia "politiqueira" para a humanização do debate, pródigo em querelas e desavenças! ;)
relativamente aos teus posts:
apesar de católico, admiro o Super Homem de Nietzsche. a compaixão é um sentimento nobre? com certeza. mas permite que metade do Mundo se aproveite da compaixão da outra metade para sobreviver!
por isso admito que nunca faria tudo o que fizeste na historia que nos contaste.
ja que ha por ai filosofos, sugeria um post sobre o Super Homem de Nietzsche. ate agradecia!
Obrigada pelo carinho de todos vós!
Nunca me vou esquecer deste dia, e lembro-me muitas vezes dele e penso se realmente o homem terá conseguido chegar ao seu destino.Entristece-me a possibilidade disso não ter acontecido.
Já passaram 10 anos mas acho que se fosse hoje teria feito o mesmo. Não foi a única vez que ajudei um desconhecido.
Um dia conto-vos a história de uma miúda da SOS Crianças que eu alberguei.
Aguardem notícias minhas, beijinhos
É minha irmã e mais nada. Sempre mt sensível e ajuda sempre q pode os mais necessitados. A grande amiga que está sempre quando nós precisamos! Um beijão do tamanho do mundo prá minha caculinha!!!
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