Discurso pobre e esquerda miserável

O sr. Cavaco Silva anunciou ontem a sua candidatura à Presidência da República.

Ao contrário dos outros candidatos, Cavaco Silva foi o único que escolheu o timing correcto para anunciar uma decisão que já podia estar tomada há muito, mas que, por razões de calendário político, só agora foi oportuno divulgar. Do meu ponto de vista, o mais importante é ressalvar o seguinte: Cavaco Silva não andou dependente ou deixou-se pressionar pela agenda dos nossos media. Há mais de um ano disse que anunciava a sua decisão depois das autárquicas e foi isso que fez. O TABU FOI CRIADO PELOS MEDIA.

A esquerda, demasiado atarantada, está a fazer dois papéis circenses. Um de fraco ilusionista - os portugueses não se deixarão enganar pelo discurso anti fascista - e outro de grandes palhaços - fazem rir os apoiantes de Cavaco, porque estes estão certos que a democracia é um valor tão importante para Cavaco como para qualquer um de nós.

Se pensam que o discurso da DITADURA pega, estão muito enganados. ENOJA-ME ESTA DEMAGOGIA.

Quanto ao discurso propriamente dito, não gostei. Achei-o repetitivo. Todo ele incidiu no restabelecimento dos níveis de confiança dos portugueses, enquanto agentes económicos. No entanto, o nível de confiança dos portugueses que está no vermelho, é o nível de confiança na classe política.

UM DISCURSO FOCADO NA RESTAURAÇÃO DA CREDIBILIDADE DA CLASSE POLÍTICA PARECIA-ME O MAIS ACERTADO. UM DISCURSO QUE PROMETESSE DENUNCIAR PUBLICAMENTE AS MENTIRAS DOS NOSSOS POLÍTICOS VIRIA MAIS DE ENCONTRO AO QUE A MAIORIA DOS PORTUGUESES PRETENDE.

Mas agora imaginem se o senhor tivesse falado nisso, esta esquerda mesquinha e/ou medricas, iria entrar em órbita.

Já li aqui que o discurso de Cavaco mais parecia o de um candidato a S. Bento. Pois bem, quero aqui deixar claro não poderia estar mais em desacordo. O discurso foi tão vazio de conteúdos (não falou de outra coisa a não ser confiança) que só poderia ser direccionado para o cargo de Presidente da República. Afinal que outro orgão tem tantos e tão poucos poderes simultaneamente?