segunda-feira, fevereiro 28, 2005

BASES / BARÕES

...........Nem hoje há "bases" como no passado, independentes de interesses, de "lobbies" de secções, de arregimentações várias, nem os "barões", os "notáveis", que tanto são exorcizados, existem hoje como no passado. Há "bases", mas essas "bases" são os militantes, os simpatizantes, os eleitores que apoiam o seu partido por razões de escolha política e pouco frequentam as secções. Aqueles que aparecem a falar pelas "bases" são quase sempre os permanentes das secções ou os dirigentes que usam o nome para se legitimarem eleitoralmente. A esses é que a palavra "barões" se devia aplicar, visto que são chefes de sindicatos de votos que lhes servem para negociar lugares para si e para os seus. A diferença entre estes novos "barões" e os antigos é que nos primeiros dez, 15 anos, do partido os "barões" originais acumulavam influência eleitoral dentro do partido e na sociedade e os "barões" actuais não têm qualquer prestígio, credibilidade social e profissional, ou influência para além das paredes das secções.

José Pacheco Pereira in "Público"

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