quinta-feira, agosto 06, 2009

As listas do PSD

Fiquei preocupado com todo o circo que se passou em redor (e nas próprias) listas de deputados do PSD.

Não por ter deixado de fora Passos Coelho e os seus apoiantes. Eles andaram a trabalhar para isso ao longo dos meses que antecederam as europeias e mereceram este "castigo". Aliás, tinha Pedro Passos Coelho em grande conta, coisa que hoje já não acontece. E nem por convidar a Maria José Nogueira Pinto - se bem que a questão dela apoiar o candidato do PS à CM Lisboa e de turvar as relações com o PP que poderá ser o único parceiro de Governo em caso de vitória com minoria, não me parece que seja grande jogada.

Mas fiquei preocupado por outros sinais.

Em primeiro, porque sempre pensei que a líder do (meu ex-)partido não ia colocar páraquedistas nas listas, do qual Montalvão Machado e Costa Neves são os melhores exemplos, de entre outros.

Em segundo porque nunca pensei que a líder do (meu ex-)partido fosse "forçar" a entrada de pessoas envolvidas em escandalos em curso na justiça. Eu sei que todos são inocentes até transitar em julgado. Mas para mim não é isso que está em causa. Se uma pessoa está envolvida numa qualquer investigação judicial, independentemente do momento em que a mesma se encontra e do seu envolvimento (arguido, acusado, condenado com recurso), essa pessoa não deveria usufruir de cargos com poder. Porque se a pessoa for culpada, nem causa constrangimentos a ninguem nem pode usufruir desse poder e de certas imunidades que o mesmo traz. E se for inocente, não precisa de ser deputada para ser útil ao país: há dezenas ou centenas de cargos de nomeação política em cada legislatura, desde o Governo às autarquias, passando por institutos, fundações, ministérios e outros que nem sonhamos...

Por último, pela falta de renovação das listas. Para uma candidata nova e com potencial (ainda por provar, é verdade, mas com largas capacidades para cumprir) como a Francisca Almeida no n.º 3 de Braga, convidou dinossauros da política desde os tempos da 1ª vaga do "cavaquismo" como Deus Pinheiro, Couto dos Santos, Miguel Macedo ou Pacheco Pereira... Pessoas que andam há 20 anos na política, nacional e europeia, em cargos de execução (comissários europeus, ministros, secretários de estado) ou apenas como "meros" deputados nacionais e/ou europeus, e que contribuiram para que Portugal seja o que hoje é...

Posso estar enganado, mas desconfio que na madrugada das facas longas do conselho nacional do PSD, a líder hipotecou a vitória nas eleições. A imprensa, que cheirava à vitória do PSD, afastou-se e dividiu-se. O Governo está em low-profile e vai manter esta atitude até às eleições.

A última hipótese de dar a volta à situação é, para mim, apresentar não só um bom programa de Governo (que ao contrário do que fala aquele porta-voz presunçoso do PS ainda não foi apresentado, apenas um resumo breve) e ao mesmo tempo dar a conhecer algumas caras de um futuro governo PSD. Paulo Rangel é um inevitável, por exemplo. E quem mais poderá ser? Essa pode ser a cartada final, um mês antes das eleições, o tudo ou nada, na minha modesta opinião.

Para já, a minha nota inicial: desilusão.

1 comentário:

"Fernando Pessoa" disse...

Ru estava à espera de uma modernidade diferente.....

Mas gostei da escolha do Francisca como nº3 por Braga

Gosto tambem de saber que guimarães terá na proxima legislatura pelo menos 5 deputados
(Francisco, Emidio Guerreiro, Pedro Rodrigues pelo PSD, Larangeiro e Sónia Fertuzinhos pelo PS)