quarta-feira, julho 12, 2006

O meu Estado da Nação!

Para mim, é a pior desde 1580! Começo a pensar que a culpa ou é do D. Afonso Henriques que começou isto à estalada na mãe ou dos restauradores da independência em 1640!

Estou deprimido, desanimado, desencantado, desmoralizado, pessimista, irritado.

Sinceramente, de há 5 anos a esta parte tenho tido esperanças seguidas de grandes desilusões. Mas neste momento, atingi o limite.

Não tenho orgulho na nossa economia, débil, estatizada, excessivamente carregada de impostos, medíocre e sem salvação possível quanto ao défice.

Não me revejo nos nossos políticos, que nos têm arrastado para o fundo, que são arrogantes, sem visão, geralmente incompetentes, não sabem o valor do dinheiro nem o que custa ganhar, são muitas vezes mal-educados e arruaceiros, violentos na linguagem (e, se calhar, nos actos) e perpetuam-se nos lugares defendendo-se uns aos outros.

Não tenho gosto do nosso “povinho” que apenas anda sempre no “desenrasca” e que tenta sempre ultrapassar, contornar e violar as leis e os princípios de urbanidade mínimos, adepto da cunha e da pequena corrupção aliada à ineficácia da Justiça que defende-se a si primeiro, ao Estado depois, aos poderosos a seguir e, se houver necessidade disso, ao injustiçado poderá arranjar algum compromisso para que não seja muito prejudicado! Não há respeito pelos outros, atropela-se tudo e todos e de preferência o Estado que no fundo somos todos nós!

Não me revejo nas nossas elites que salvo raríssimas excepções são ainda piores do que aquilo que disse sobre o “povinho”.

Estou cansado. Estou desanimado. Fala-se muito, discute-se muito, mas o pouco que se faz é, na maior parte das vezes, mal feito!

Estou desencantado com a geração que está no poder, que no 25-A estava de calções nas escolas a comemorar ou em manifs nas faculdades com cabeleiras e bigodes inimagináveis para o bom gosto de hoje. Porque não tem coragem de fazer o que deveria ser feito, de matar os velhos fantasmas do marxismo que ainda nos povoam a economia, de matar os fantasmas da direita que nos povoam a política, porque atrás dos pseudo-planos de investimentos e tecnológicos e pip’s e o diabo a quatro apenas se vê maketing eleitoral, gastos sumptuosos de dinheiro em obras de fachada enquanto as infra-estruturas essenciais continuam a aguardar por melhores dias.

É este o Portugal do Século XXI. Tem estádios que custaram fortunas ao erário público mas que não são utilizados (o estádio Nacional em Oeiras e o estádio do Algarve em Faro-Loulé). Tem Internet de alta velocidade em todo país embora tenha cada vez menos gente na maior parte desse mesmo país, restando aí muitas vezes as crianças na pré-escola com os avós idosos analfabetos. Tem cine-teatros e auditórios em todas as cidades mas quase não tem companhias de teatro. Tem piscinas em todas as cidades e continuam a morrer afogados no mar pessoas por não saber nadar nem respeitar regras tão básicas como as bandeiras. Tem hospitais e centros de saúde mas não tem médicos e fecha por isso os serviços, centralizando-os nas grandes cidades. Tem 3 aeroportos no continente, dois deles quase novos, mas insiste em fazer outro que não vai servir BEM ninguém em particular e vai roubar tráfego aos outros dois. Ainda não consegue tirar o máximo do rendimento das linhas de comboio que tem e já está a pensar em fazer novas linhas de comboios de alta velocidade.

Estou triste porque não é este o país que eu quero para os meus filhos. Não é este o país que eu quero para mim.

Se calhar, sou eu que estou a mais neste país.

O Estado da Nação?
Mejor fueramos castellanos, iríamos bien mejor que hoy…

1 comentário:

"Fernando Pessoa" disse...

A culpa é dos sucesores de D.Afonso Henriques, isto é, a culpa é de nós todos....é hora de mudar

e caro Nuno, tu não estas aqui a mais em portugal, pelo contrario são pessoas como tu que fazem falta ca no nosso pais.....por isso, n penses em sair de cá.

Espanhois nunca. Viva Portugal