terça-feira, março 28, 2006

Encerramento de Maternidades e Escolas I

Agradeço desde já todos os elogios que me deram, mas não sei serei merecedor de tão rasgados adjectivos. Veremos.

A minha primeira reacção quanto ao encerramento de escolas e maternidades foi, obviamente, negativa. Para quê fechar-se? Para onde vão estas pessoas e estes alunos? Terão que andar km por sua própria conta e risco? E as grávidas terão que andar km a meio do parto? Parece-me que a reacção de toda a população foi esta.

Depois reflecti um pouco, e ainda que eu não seja parte implicada nesta medida (nem sou aluno de uma escola que vá encerrar, nem tão pouco estou a pensar ter filhos) comecei a perceber as razões. Primeiro as escolas. Como sou professor e neste momento lecciono a meninos do primeiro ciclo, compreendo que há escolas que devem fechar. Podemos pegar no exemplo da Assembleia Municipal de Guimarães, a EB1 do Paraíso (não, o professor não é S. Pedro). A EB1 do Paraíso tem perto de uma dúzia de alunos, divididos mais ou menos irmamente pelos diferentes anos. Agora, nesta escola só existe uma turma com um professor e estão todos a ter aulas ao mesmo tempo, na mesma sala. Se acham que não há problema pensem que um professor, infelizmente, não tem o dom da obiquidade e que por isso só pode acompanhar um grupo de cada vez. Tal impedirá uma progressão mais ligeira na aprendizagem, pois o que os alunos numa turma de 20 (no mesmo ano) são capazes de assimilar ali não é possível, pois um dia de trabalho tem que ser repartido pelos 4 anos. Agora digam-me, parece-vos bem que pelo argumento populista do tudo em todo lado e para todos se sacrifique futuros membros activos da nossa sociedade? Claro que assim podemos ir lá fazer campanha e dizer: vêem que lindo, uma escola só para vós os cinco? Há um benefício, o recreio torna-se bem mais do que suficiente para todos.
(...)

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