quinta-feira, janeiro 26, 2006

A ARMA DO POVO!

Nem sempre o líder é digno do povo!!!

Ser popular é, por vezes, tentadoramente fácil. Ser impopular é, por vezes, necessariamente difícil. Pertencer ao poder é, por vezes, perigosíssimo para qualquer racional que se preze.
A cabeça é, quase todas as vezes, o primeiro órgão a ser abatido! Segue-se o coração! Perde-se a auto-estima moral!
Todos os apoiantes do poder (pelo voto, pelas armas, pela exaltação, pela indiferença) participam do poder. Eleitos e eleitores são um indivisível corpo. Governantes e tolerantes formam um conjunto indisfarçável.
Não foi com o meu voto que “ele” foi eleito…mas “ele”, também não me distanciou do poder, pois não sou tido como abstencionista.
O poder apenas se legitima pelo seu exercício e não pela contingência do sufrágio.
Lembro-me bem, com certeza até bem demais! Das cargas policiais na Ponte 25 de Abril, da introdução das propinas e por ai além…até dos famosos “tabus”.
Mas, apesar disso, sou e serei um democrata, um homem livre e não quero de forma alguma perder a cabeça, muito menos abater o meu coração. Acredito e quero um poder escolhido pelo povo, seja ele qual for! E aceito-o de bom grado! Um poder onde o mais impopular posso dizer de sua justiça e a sua opinião tenha o mesmo valor que a do mais popular.
Tenho medo, tenho muito medo…que a nossa democracia comece a degradar-se e a encobrir uma ditadura!
NÃO…NÃO quero que seja verdadeiro aquilo que ouço do meu amigo de infância, do meu colega de café, do meu vizinho e do meu próprio colega de faculdade quando diz: “Eles são todos iguais! Políticos e politica é tudo a mesma coisa, nem quero ouvir falar disso.” Ou pior ainda: “Isto falta é um Salazar!” NÃO...NÃO admito este tipo de pensamento.
Já que os recuados intelectuais dão as cartas da democracia, cercados pelo critério da quantidade, ao menos que seja o povo a ditar o veredicto! Aos inadaptados compete afirmarem-se do contra, sem contemplações. Eu sei que estes, não querem, jamais ouvir, como outros ouviram em tempos idos da boca de D. Pedro: “Desculpa meu povo, por te obrigar a ser livre.”
Não vacilemos, apesar da imensidão do objectivo.
Em época de conturbado refazer doutrinal, no Ocidente e no Oriente, revejam-se éticas e dialécticas. Acima de tudo não nos vamos deixar “nacionalizar” por multidões nem “reprivatizar” pelos seus condutores.

Liberdade ou Morte, o Voto é a Arma do Povo!

3 comentários:

XanaeR disse...

todo este texto para dizer o quê precisamente?
que acreditas em nao acreditar no sistema politico?
que defendes o voto como arma? ou que a arma pode matar quem a utiliza?
que temes uma ditadura presidencialista ou é a ditadura governamental em que ja vivemos que te faz ter medo?

eu continuo a acreditar que o sistema pode ser melhor. e que só sera melhor quando os melhores cidadaos estiverem na politica e com a politica façam o melhor para as suas gentes.

assumo-me jovem politico sem medo. mantenho a cabeça, o coração e a alma amarrados a uma moral que espero refinar com o passar do tempo.

sou utópico quando penso que não me desviarei do caminho recto e moral que preconizo para a politica...?
entao continuarei a sê-lo.

abraço,
XanaeR

Renato Ribeiro disse...

Xana:

Pelo contrario meu amigo! Acredito e cada vez mais no sistema politico.
Tb eu me assumo inteiramente como um jovem politico, dirigente nacional até da maior organização politica jovem de Portugal.
Tb eu mantenho a minha cabeça e sobretudo o meu coração sem resvalar e cada vez mais no caminho da moral que acho correcta!
O que quis dizer é que o povo, o verdadeiro DONO DO PODER, não pode jamais alhear-se da politica e dos politicos, não pode jamais deixar de escolher e usar a sua ARMA!
Temo, temo bem que por este andar, daqui a alguns anos, não muitos, a maioria dos que são hoje jovens, se alheie e deixe isto a um qualquer ditador presidencial ou governamental!
Não quero nem vou deixar que isso aconteça...
Utópico tambem eu me considero e podes apostar que continuarei no meu caminho que penso ser recto e na moral que preconizo para a politica...
Mas as eleites só fazem sentido para servir o povo, caso contrario, morte as eleites!

Liberdade ou Morte!

Dalma Hauer disse...

O que referes quanto ao desleixo dos jovens no dever cívico na sociedade actual é algo que me tem preocupado ha uns tempos para cá. Desde que eu, precisamente, comecei a ter mais consciência disso. Ao tornar-me activa numa juventude partidária vi o quanto dificil se torna chamar jovens para estas causas. Como disseste e bem, consideram que todo o sistema está corrompido e, portanto, a politica nao lhes interessa. É uma seca até. Uma treta. Ir votar entao... perda de tempo. Estar a roçar braços numa cadeira de plastico na esplanada é mto mais produtivo e interessante. Penso que o mal destas gentes, alem de pensarem mto a curto prazo, é a falta de consciencia do que é viver numa ditadura. Falam de barriga cheia. Tanto se lutou pelo direito ao voto... e agora aqueles que o têm, o desprezam. Costuma dizer-se k so se da o real valor às coisas quando as perdemos de facto. Acredito veementemente que no futuro este desleixo irá ser maior ainda. Espero é nao ter que vir a pagar a dívida de consciência que estes caloteiros estão a contraír...