terça-feira, maio 31, 2005

Há muita confusão no ar

Temos o Miguel, que já mete filósofos de segunda pelos caminhos invios da política nacional de centro a tender para a direita ou esquerda.

Temos o João que vai defendo a sua (nossa!) dama como pode.

O Pires que manda umas ferroadas e ajuda no caos.

E eu, que nem sei muito bem o que vou para aqui dizendo! ;)

Mais a sério, agora.

Discordo em absoluto que o PS hoje defenda posições do PSD de há dez anos atrás. O PS de hoje, como o de há dez anos atrás, defende sempre a mesma coisa: mais Estado, mais impostos, a menutenção do Estado-social.
O PSD de há dez anos atrás defendia, com Cavaco Silva, o contrário do que o PS hoje faz e o mesmo que o PSD hoje defende: menos Estado e melhor Estado, o Estado-regulador em vez do Estado-interventivo, maior privatização de serviços prestados pelo Estado.

Como já o disse num dos comentários, eu vejo o PS e o PSD como partidos muito próximos nos objectivos finais que pretendem - melhorar a qualidade de vida dos portugueses, aproximar-nos dos reais níveis europeus - mas vejo-os completamente separados quanto à forma de o conseguir.
O PS vai pela via, socialista/comunista, da intervenção do Estado em todas as áreas, o Estado ser o motor da economia.
O PSD vai pela via, liberal, da menor intervenção possível do Estado, limitando-se tanto quanto possível a regular, sendo a iniciativa privada o motor da economia.

E é exactamente por esse motivo que nunca poderia votar no Sócrates em 2009, seja qual for o sucesso destas suas medidas. Porque discordo total e absolutamente delas. Não quero um Estado presente em cada passo que dou, com uma estrutura pesadíssima, com cerca de 10% da população activa em Portuggal ao seu serviço, que alimente o parasistismo social através do fornecimento do peixe em vez de dar a cana e ensinar a pescar. Não quero isso. Quero um Estado que me ofereça auxilio em momentos extremos mas que me deixe a mim a capacidade de decidir o que fazer com os meus descontos, que nos deixe a nós, sociedade civil, a gestão de muitos organismos que são mal geridos pelo Estado (por exemplo, os Correios, que ainda hoje para não subir uns andares no prédio onde vivo preferiu deixar o aviso e dizer que ninguém estava em casa, coisa recorrente...). Quem me dera que o Estado não fosse o maior patrão português, que tivesse a possibilidade de escolher um tribunal como tenho de escolher um notário, que tivesse a possibilidade de optar sobre a forma como os meus descontos são geridos, que os meus impostos não fossem em grande parte para pagar ordenados e material de escritório de serviços do Estado que pouco produzem...

Portanto, a questão é a seguinte: Miguel, concordas com o constante subir de impostos necessários para a manutenção deste Estado pesado? Então vota Sócrates, que é igual a votar Guterres 95/99 ou Sampaio 91 ou Almeida Santos 87 ou Mário Soares até 85.

Ou, pelo contrário, preferes um Estado mais leve, se calhar mais liberal no sentido económico do termo? Então deverás votar no PSD do Marques Mendes se ele for o líder em 2009, que é próximo do voto no Barroso em 2002 ou igual a votar no Nogueira em 95 ou no Cavaco em 87/91 ou no Sá Carneiro em 79/81.

Essa é a grande diferença entre o PS e o PSD hoje, entre o centro da esquerda e da direita em Portugal. Mais ou menos Estado! Regulador ou interventor! Privatizado ou nacionalizado!

E se metermos a paixão pelo meio, partimos esta coisa toda em bocados porque o maior da liberdade em Portugal, do período liberal e clube não nacionalizado, é mesmo o FC Porto... e o resto é treta!

Desafio

Fui lendo o que aqui foi escrito sobre a esquerda e a direita. Agora, permitam-me, direi alguma coisa, para não permanecer calado, apenas. Primeiro, sou socialista por acreditar que primeiro vem o social e só depois a economia (como já disse ao Nuno Silva Leal). Sou socialista, porque me preocupo com a sociedade e não acredito que esta mude através da iniciativa privada, ou por puro efeito económico. O neo-liberalismo, caminho por onde o PSD, salvo raras excepções, sempre enveredou, nada trás de novo à maioria da população. Esta não enriquece só porque o Estado é rico, ou porque no seu país está o ser mais rico do planeta. A população só vai ganhando alguma coisa com as medidas socialmente benéficas, isto é, com todos os direitos sociais que tem. O simples facto das mulheres (e agora os homens) poderem ter licença de parto foi uma conquista social, o direito à greve, o direito a unir-se em associação, o direito ao fundo de desemprego, o direito à baixa, o direito às pensões, o direito ao Serviço Nacional de Saúde a custos simbólicos, o direito à educação gratuita, etc. Todos estes direitos são fruto do prevalecimento do social sobre o económico. Tudo isto tem consequências para o Estado, mas queremos ter um Estado marcadamente neo-liberal com um SN Saúde pior do que o nosso como os EUA? Queremos ter um sistema educativo tão mau como o dos EUA ou da Inglaterra? Creio que não.
Depois há outro ponto, o que é liberal e o que é neo-liberal. Ora bem, o liberalismo acreditava que a liberdade de um cidadão acabava onde a liberdade do outro começava, no individualismo. Para além disso, o liberalismo, ao contrário do que se pensa, não era democrático. Para acreditarem, leiam a correspondência entre Oliveira Martins (o tio avô do nosso contemporâneo) e Alexandre Herculano. O liberalismo acreditava que a democracia é um erro, pois nem todos os homens devem ter o direito de governar, apenas um conjunto de iluminados. Herculano defendia que era preferível a ditadura de um sobre muitos, do que a ditadura da maioria. O neo-liberalismo recupera, até certo ponto, as ideologias liberais. Os neo-liberais acreditam que o indivíduo está acima de tudo, ou seja, individualismo. O que implica que um indivíduo está acima de outras, ou seja, acredita nos iluminados liberais. Para além disso, a economia é o ponto fulcral e tudo deve girar à volta dela, logo se de quando em vez tivermos que atropelar direitos aos outros, meu filho, tem que ser. Não me esqueço que já Fernão Lopes tinha consciência de que quem faz a história é o povo, não o indivíduo.
Ora meus amigos, eu nunca olhei para os EUA e para a Inglaterra como exemplos. Sinceramente, não o são, pois grande parte da sua população tem menos direitos do que nós. No entanto, olho para a Espanha como exemplo, para França. E sou um adepto convicto daquilo que Lula da Silva faz por terras brasileiras (aconselho-vos a leitura da Courrier Internacional que saiu na Sexta).
Johny, perdoa-me, mas não podes dizer que a nossa ideologia não funciona. Se levada a extremos, concordo (porém, nem a tua). Em grande parte da Europa ela funciona. Gostava que me explicasses melhor, por que é que eu estou atrasado dez anos, e por que é que não funciona. O que disseste deu-me razão, os neo-liberais acreditam nos iluminados.

Citando

"Não tenho verdades, apenas convicções." Rostand , Jean

"Embora ela pareça susceptível de unir, nada divide tanto como a verdade." Rostand , Jean

"As nossas únicas verdades, homem, são as nossas dores." Lamartine , Alphonse de

A Heterogeneidade das Esquerdas e das Direitas

Não me considero um visionário infalível, muito pelo contrário. Provavelmente falho mais do que qualquer pessoa normal. Aliás, sempre fui uma pessoa com muitas dúvidas. Nem sei se tenho certeza de alguma coisa. MAS PARA ESTAR BEM COMIGO PRÓPRIO PRECISO SENTIR QUE SOU COERENTE COM A MINHA CONSCIÊNCIA, COM AQUILO QUE PENSO. Meu caro amigo João, eu que até te considero uma pessoa à frente em algumas coisas (por exemplo na música), em termos de ideologia, considero-te um estacionário.

Abordando superficialmente o debate sobre a esquerda e a direita: há várias esquerdas e várias direitas dentro das nações e a nível europeu.

A impressão que eu tenho é que os trabalhistas de Tony Blair (os socialistas que apregoam a terceira via - um termo engraçado da evolução socialista que, e ainda bem, ao contrário dos comunistas, se soube adaptar a uma realidade completamente diferente) são mais à direita do que os conservadores franceses de Jacques Chirac.

Com isto pretendo dizer que debater a diferença, a nível europeu ou global, entre esquerda e direita pode-se tornar uma discussão sem fim. Depende muito das realidade de cada sociedade. O Estado francês é por definição um Estado social, enquanto o britânico tem uma visão mais liberal e menos intervencionista. A principal razão apontada pelos especialistas e historiadores foi a revolução protestante (pra ti Johny), que atribui mais valor ao indivíduo, à sua capacidade e à sua iniciativa. Segundo os especialistas foi a sustentação teórica, social e até moral para o arranque da revolução industrial em Inglaterra. (Ler o livro "A Riqueza e a Pobreza das Nações" de David Landes - muito bom e grande em todos os aspectos).

Ao nível de Portugal: o PS fala abertamente em terceira via, ou seja, está possivelmente no campo onde estava o PSD à 10 anos. O PSD está a caminhar para um sentido que não existia em Portugal, porque parecia mal quando vinhamos de uma ditadura, que são os liberais (o termo é completamente o oposto de ditadura - não sei porque parecia mal). Esta corrente, no entanto, tem um peso semelhante ao que os verdadeiros sociais democratas têm, pelo que o partido me parece dividido ao nível da corrente ideológica a seguir. Há algumas diferenças na concepção das responsabilidades do Estado entre uma e outra corrente.

Pela multiplicidade de correntes hoje existentes e pelo seu cruzamento e encontro em tantos pontos, ao contrário de à 50 anos onde apenas existiam duas correntes que ainda por cima se situavam em polos opostos, é-me muito difícil dizer que sou social democrata, socialista da terceira via ou liberal.

Sócrates descorrompeu-me. Eu que não me imaginava a votar socialista, hoje consigo perceber que não estou bem estando de certa forma condicionado por pertencer a um partido.
Se pertencer a um partido nos cega (como é o caso do Johny) eu opto por não pertencer. Corri esse risco desde que me lembro (primeiro em festas e caravanas depois como militante inactivo), mas ainda bem que não fiquei corrompido, que é como quem diz, cego.

P.S. - Aquele abraço a todos os amigos cósmicos. Peço desculpa se às vezes demonstro pouca humildade ou arrogância em demasia. Comigo está sempre tudo tranquilo... :) Se calhar foi por ter lido Nietzsche, mas eu creio que é sobretudo por defender as minhas ideias com plena convicção. Não tenho problemas em mudar de opinião, porque em mim não há dogmas que colem.

Apenas existe uma verdade absoluta. O SPORTING É O MELHOR. Foi a paixão a falar... :)

Ministro Sampaio

Sampaio faz apelo ao "espírito patriótico" das associações sindicais e patronais para que convirjam na busca de uma solução para a grave situação das contas públicas

Alguém me sabe explicar porque o Presidente da Republica, em materia governamental, intervem mais vezes na Comunicação Social que o próprio Governo?

Relativamente ao défice já assisti a pelo menos três apelos do Presidente da Republica, dos membros do governo, só o próprio Primeiro Ministro na semana passada na Assembleia da Republica e um pequena intervenção do Ministro das finanças.

Será que:
- Mais vale estarem calados que dizer asneira?
- Só falam depois das autárquicas?
- A estratégia autárquica é igual às legislativas, isto é, estar calado para não perder votos?
- Não é preciso esclarecer os Portugueses?
- A Culpa é do Sampaio, que anda armado em Ministro?

Alguém sabe?

segunda-feira, maio 30, 2005

O exemplo do ridículo... Johny

Para quem leu o post anterior do Johny, só pode chegar à conclusão que eu chego.

Imaginemos o seguinte:

O casamento entre homessexuais passa a ser legal assim como a adopção de crianças por parte destes. As crianças irão crescer num meio onde as relações homossexuais são elogiadas e levadas à praticada sem qualquer tipo de pudor.

Qualquer ser humano que nasça nesse meio e que pense como o Johny diria: "Eu sou homossexual, porque estes foram os valores que a minha família me incutiu, mas sou não praticante".

Comparar o futebol, com política e religião não tem qualquer sentido. A política e a religião são questões que exigem o máximo de racionalidade. Futebol é paixão.

Pior, dizer que és uma coisa que não és, apenas porque os teus paizinhos te disseram que era assim que estava bem, é parar no tempo. É seres a máquina que trava o aparecimento de novas correntes e ventos de mudança.

Não vais à missa, não acreditas na Genesis, não acreditas que Jesus Cristo ressuscitou, sabes dos actos da igreja na época da inquisição, não defendes as ideias da igreja relativamente ao aborto e ao uso do preservativo e dizes que és cristão, mas não católico. Serás um cristão protestante ou ortodoxo? Não me digas que és da IURD...

Eu, ao contrário de ti, digo que não sou cristão. Apesar de defender alguns dos valores judaico-cristãos. Mas os dogmas que sustentaram a igreja durante 1000 anos, e que deram nome à Idade Média, estão mais do que desmentidos hoje.

Depois acusam-me de ser do contra... Com certeza que sou do contra. Contra esta hipocrisia mais do que tudo.

VIVA O PARTIDO DA MUDANÇA.

NAO vs SIM

O NÃO venceu o referendo sobre a Constituição Europeia, em França, com 56% dos votos contra 44% por cento para o SIM.

E Agora?

Objecção de Consciência

Caro Cósmico Miguel;

Em resposta à tua pergunta que me foi dirigida directamente no artigo aqui do Blog gostaria de frisar que independentemente de ser militante do PSD e da JSD, nada nem ninguém me obriga a exercer disciplina de voto, caso contrario pediria de imediato a minha a demissão da minha militância.

Gostaria ainda de explicar que, antes de ser de determinado partido ou juventude partidária, sou Vimaranense e Português, com isto quero apenas dizer que, se qualquer partido da oposição ao meu partido estiver em melhores condições para exercer funções no meu País, no meu Concelho ou ate na minha Freguesia, não teria vergonha nenhuma de não votar no meu partido.

Outro exemplo, se o PSD apoiar uma eventual candidatura do Alberto João Jardim à presidência da Republica, não terei problema absolutamente nenhum em votar no candidato do centro que estivesse em melhores condições de derrotar o Jardim.

Respondendo directamente à pergunta, se Engº Sócrates conseguir resolver os problemas do país e demonstrar que esta em condições de continuar a fazer o melhor para PORTUGAL, se o PSD não tiver uma alternativa credível, em 2009 não terei objecção de consciência em votar PS.

Por Guimarães, Por Portugal

domingo, maio 29, 2005

"Voz de Fátima"

"Se as esquerdas prosseguirem no seu programa...vamos ter em todos os países e classes sociais abortos aos milhões e casamentos homossexuais aos milhares".

"...os contentores de resíduos hospitalares vão transbordar de crianças mortas.....nos países mais pobres, mesmo da europa, corpos esquartejados de bébes vão aparecer em lixeiras de toda a espécie, ao olhar horrorizado ou faminto de pessoas e animais"

e ainda

"....é previsivel que, dentro de pouco tempo, tenhamos visitas de estado ao mais alto nivel em que uma rainha....dará o braço a outra senhora com estatuto de esposa, ambas de malinha na mão"

Padre Luciano Guerra
Reitor do Santuário de Fátima - in Editorial do Jornal "voz de Fátima"

PS:
Quem não acreditar e/ou quiser consultar visitar:
http://www.santuario-fatima.pt/files/_VF05_4294ae32debcc.pdf

sábado, maio 28, 2005

Não concordo contigo, Miguel, quando dizes que as "jotas" dos PS e do PSD são iguais. Sei que foi a mim, principalmente, que "pisaste os calos", logo, tenho que me defender. A JSD e a JS são feitas de modo completamente diferente. Poder-se-á até dizer que a JS e a JSD demonstram mais as diferenças existentes entre o PS e o PSD. A JS, actualmente, é liderado por um "camarada" abertamente mais à esquerda do que a Jamila Madeira o era. Isso faz muita diferença em relação à JSD. A JSD, normalmente, tem sido liderado por pessoas mais à direita do que a génese do PSD (talvez o Pires me corrija nesse ponto, mas pelo menos ajudar-me-á).
A JS "fundou" o Bloco de Esquerda. A regulamentação da prostituição e do casamento entre homossexuais, a legalização das drogas leves, a descriminalização da IVG, entre outras, tudo isto eram bandeiras da JS, que foram faladas pela primeira vez pela JS. Logo, em comparação com a JSD, já vez que a nossa posição política é diferente.
Nada, dentro de um partido, te impede de votares noutro. Não podes ser castigado por isso. Eu sempre votei PS, mas já pensei que talvez fosse votar BE ou PC. Não votaria PSD porque estou mais à esquerda do que o próprio PS, logo, tento procurar um programa que me agrada dentro da ideologia em que acredito. Todos somos livres de votar em quem quisermos, de outra maneira os partidos seriam fascistas.

Cavaco é o pai do "monstro"

É um texto explosivo. Miguel Cadilhe, o mais emblemático ministro das Finanças de Cavaco Silva, acusa-o de ser o principal responsável pelo Novo Sistema Retributivo da Função Pública, que conduziu ao enorme aumento da massa salarial dos funcionários no início dos anos 90 e que representa hoje 15% do PIB, sendo a terceira administração pública mais cara da União Europeia. in Expresso

Uma questão de independência... TOTAL

Se em 2009 as contas públicas estiverem equilibradas, se se notar uma inversão na actual tendência da taxa de desemprego e se o país tiver a crescer a taxas de 3%, com toda a certeza votarei PS.

E vocês Pires, Nuno Leal e Johny? Serão capazes de fazer o mesmo?

Imaginemos que são. Serão capazes de o admitir nas reuniões do vosso partido?

Eu quero ser independente. Como disse atrás, PS e PSD são praticamente iguais. Então as suas "jotas" ainda mais semelhanças apresentam.

Repetindo uma citação de Março:

"Ser da esquerda é, como ser da direita, uma das infinitas maneiras que o homem pode escolher para ser um imbecil: ambas, com efeito, são formas da hemiplegia moral."
Ortega y Gasset, in 'A Rebelião das Massas'

Vergonha

Este é daqueles posts que tinha que colocar no meu blogue e neste.
É pena que os srs. deputados à AR não tenham vergonha na cara. Nota-se que não gostam, também eles, de pagar a crise. É bonito ser deputado, não é? Veja-se aqui.

Europa Atenta

O Futuro da União Europeia, pode ser decidido ou hipotecado este fim-de-semana, vamos aguardar resultados do Referendo à Constituição Europeia em França.

As ultimas sondagens dão um avanço significatico do NÃO

Estou de Volta

Amigo Miguel,

De forma a dar continuidade ao post do Xavier e do consequente comentário do Nuno, os quais desde já subscrevo, gostaria de acrescentar o seguinte:

Pessoalmente tenho dias que penso exactamente como tu, considero cada vez mais como verdade que “após o 25 de Abril os Homens fizeram os partidos, hoje os partidos fazem os Homens”.

Mas, não podemos estar na politica como estamos no futebol, pois no futebol o amor à camisola é tanto grande que não conseguimos ver as faltas, os fora de jogo, os penaltys dos nossos jogadores. Lamentavelmente este fanatismo também acontece na politica, mas é fundamental despir a camisola (atenção meninas loiras, não tirem as camisolas em reuniões politicas) antes de criticar as opiniões divergentes dos outros partidos, temos de ter consciência dos erros internos do nosso partido e saber criticar os próprios dirigentes do nosso partido.

Nesse aspecto eu considero o Nuno Leal exemplar, independentemente de ser PSD soube sempre olhar para o governo de Santana Lopes com uma voz critica, eu mesmo aconselhei o “Rui Gomes da Silva” a fazer censura ao Blog dele na altura da campanha eleitoral …..:) …..Um bom exemplo de estar na política.

São partidários como tu, como o Xavier, como o Nuno que fazem falta na política.

Vamos acreditar nas palavras do próximo Presidente da Republica, “os maus políticos tem de ser substituídos por bons políticos” (Aníbal Cavaco Silva in Expresso)

Aquela Abraço,

sexta-feira, maio 27, 2005

Talvez um conselho.

Amigo Miguel Carvalho,

Peço-te que te não anules a tua militância no partido com o que te identificas (para minha infelicidade, o PSD :) ). Não o deves fazer. Custou-me muito ouvir que o Sócrates tinha decidido aumentar o IVA, mas não vou sair do PS, muito menos da JS. Uma razão, apenas, me leva a decidir deste modo, apesar de já pensar como tu, que por Lisboa eles são todos iguais. Essa razão é pensar que se eu sair, que se tu saires, que se muitas das pessoas que sentem a política na pele, que gostam disto e que acreditam nisto, sairem da vida política activa (ou semi-activa), irem-se embora por desilusão, é, na verdade, entregar isto à bicharada. Eu tento motivar-me a continuar, pois só dessa forma posso tentar mudar alguma coisa. Se atirar a toalha ao chão e sair, então de que adiantou tudo o resto? De que adiantou o 25 de Abril se deixarmos que a democracia se perca?

Um abraço
Xavier

Decididamente vou-me desfiliar...

O PSD foi o partido com que sempre me identifiquei por questões familiares primeiro e a partir de uma certa idade por questões de consciência, razão e pelo seu ideário. No entanto, filiei-me no partido por "imposição e massacre psicológico" do Sr. Pires (não é a meia da TVI, mas sim o nosso amigo cósmico) durante o saudoso tempo de faculdade.

Mas a política não é coerente, é falsa, feita de acordo com a posição que cada partido ocupa no momento.

O PSD chegou ao governo em 2002 e apanhou com um défice de 5,5% do PIB. Tinha prometido o choque fiscal, mas em contra-partida aumentou o IVA, congelou salários e vendeu património do Estado. Equilibrou de forma cosmética as contas do Estado. Não inicou a reforma da administração pública e por isso hoje estamos ainda pior. Ou seja, os sacrifícios destes 3 últimos anos foram infrutíferos. E mais 3 anos de sacrifíco se nos exijem, por culpa dos governos de coligação.

A reforma da administração pública continuava por fazer. O PS começou-a, sendo no entanto obrigado a aumentar o IVA, em vez das receitas extraordinárias, para haver um instrumento de efeito imediato. Actualmente estima-se que o défice ronde os 6, 5% / 7% do PIB e o PSD critica a medida do governo. Que incoerência.

Se tivessem feito aquilo que o PS está a fazer em termos de reforma da administração pública, o IVA provavelmente não necessitaria de ser novamente aumentado. Mas faltou-lhes coragem. E não ouvi uma palavra por parte dos dirigentes sociais democratas a apoiar as medidas apresentadas nesse sentido. Isto é vergonhoso, sejamos sérios.

Por isso lhe peço Sr. Pires, que me trate dos papéis de desfiliação. Só espero que não demore tanto tempo como o cartão de militante, que diga-se, ainda não chegou.

PS à direita?

Respondendo à pergunta, digamos que mais à direita do que à 10 anos atrás, posicionando-se claramente no centro e com possibilidade de tomar decisões de esquerda ou de direita consoante os cíclos económicos o exijam - a terceira via socialista, mais conhecida como o socialismo à Tony Blair.

Parabéns Sócrates. As medidas que tomou (nos post's abaixo enunciadas) vão de encontro aquilo que ouvimos todos os economistas (menos os do BE e do PCP) anunciar como a reforma urgente que a nossa economia necessita - diminuir o peso do sector público na economia. Os funcionários públicos, donos de previlégios instituidos após o 25 de Abril, precisavam de ver as suas regalias equiparadas aos do sector privado. Simplesmente porque os privados, para além de na generalidade trabalharem mais e não terem um emprego tão seguro, não podem ser obrigados a libertar os seus recursos para o Estado manter uma percentagem da população portuguesa com regalias superiores à maioria. Surpreendente foi estas medidas serem tomadas pelo partido socialista.

Aumentar o IVA tem um efeito imediato positivo nas receitas se o consumo não diminuir e se não aumentar a evasão fiscal. O IVA é o imposto que menos afecta a competitividade das empresas.

Se daqui a 3 anos se começar a verificar uma redução de impostos, é sinal que houve uma redução efectiva da depesa pública e a política económica foi bem sucedida. Apenas será possível reduzir impostos depois de emagrecer o Estado.
Restaurar o poder de compra da população e aumentar o emprego passarão então a ser os objectivos da política económica. Mas estes não serão possíveis sem equilíbrio nas finanças públicas, daí a prioridade ao défice.

A reforma da administração pública parece que finalmente arrancou. Espero que a coragem se mantenha. Mais, o cíclo político do PS é bem mais desfavorável do que foi o do PSD, com autárquicas e presidenciais à porta.

Excelente início de governação.

P.S. - Acredito que quem tenha votado PS não se sinta satisfeito, porque a promessa de não aumento de impostos foi quebrada. Mais uma vez apelo a uma responsabilização efectiva dos políticos pelo cumprimento ou não dos programas eleitorais apresentados. É essencial para a credibilização da política e do sistema democrático.
Por isso votei em branco nas últimas eleições.

quinta-feira, maio 26, 2005

Alberto João "Seinfeld" Jardim

«Alberto João Jardim está contra as medidas anunciadas esta quarta-feira pelo primeiro-ministro para combater o défice. O presidente do Governo Regional da Madeira considera “inadmissível” que sejam as regiões autónomas a pagar os erros dos “políticos de Lisboa”. Quanto ao aumento da tributação das sociedades financeiras inscritas na Zona Franca da Madeira, Jardim garante: “vai impugnar tudo o que puder ser impugnado”.»


É incrível ver como há certas pessoas que não mudam. Costuma-se dizer que quando o país atravessa uma fase de depressão, multiplicam-se os programas de humor e os existentes têm mais audiência. Deve ser por isso que de vez em quando fala o Alberto. Sabe fazer-nos rir como ninguém.

Doeu, doeu.

Venho aqui penitenciar-me perante vós, pois Sócrates aumentou o IVA. Eu dizia que talvez não, mas aumentou. Votei no personagem, fiz campanha e tudo e, sinceramente, o primeiro sentimento que me invadiu o corpo foi o de traição. Depois comecei a reflectir, a ouvir que outras medidas se tomaram e gostei.
Claro que o aumento do IVA me está aqui entalado. Para quem muito criticou Durão Barroso (comecei por lhe dar o benefício da dúvida), receber uma medida semelhante do governo do partida em que milito, depois de tudo o que foi dito é, realmente, pensar que "eles" são todos iguais. Talvez sejam.
Nisto, valorizo todas as outras medidas que tentam distribuir o problema por todos os portugueses. Concordo que se acabe com a progressão automática da função pública, concordo que se equipare a idade da reforma entre o privado e o publico, o mesmo com o subsídio de baixa. Concordo particularmente, com um novo escalão de IRS para as grandes riquezas e com o retirar de alguns benefícios aos políticos. Quem aperta mais o cinto são os mesmos, mas pelo menos parecerá que a coisa é para todos.
Agora o IVA, custa-me muito, porque "é o caminho errado" - afinal não é? Que falta de coerência e de bom-senso. Concordo com o Nuno Leal, não devia ter prometido, ou, pelo menos, salvaguardava-se.
Isto agora é que o dinheiro não vai chegar para nada.

Doeu muito?

"-Pronto, já está, já passou!"
"-Como vê, não doeu nada..."

Podia ser a conversa entre enfermeiro e paciente após uma injecção, mas também pode ser a conversa entre José Sócrates e quem nele votou. Afinal, quem andou a fazer uma campanha eleitoral baseada na promessa que não aumentava impostos (podia ter dito "espero não ser obrigado a aumentar" mas preferiu dizer "não está nos planos aumentar") e quem já empossado como primeiro ministro com 30 dias de trabalho (?) disse "que aumentar impostos é a receita errada" foi ele.

E quem votou nele e acreditou que ele era diferente, agora deve ter pesadelos esta noite com cruzes, boletins de votos e rosas... E é muito bem feito!

A realidade é que ao fim de dois meses já quebrou uma promessa, uma das mais importantes e que poderá ter valido a maioria absoluta. e quebrou, com toda a certeza, o elo de confiança que teria com quem nele votou. Felizmente que a mim a única surpresa é o tempo: esperava isto após as autárquicas e nunca neste momento, pensei que ele fosse andar a não governar durante meio ano para não prejudicar o seu partido. É que como é moda agora dizer-se, "não há almoços grátis" e o PS vai cobrar o apoio que deu aos liberais PS para recuperarem o poder... E o pagamento da factura já começou: ou o que é isto de substituir o melhor gestor e equipa de gestão de sempre da GALP (maiores lucros trimestrais da GALP na sua história, 2004 foi um dos melhores anos de sempre na história da empresa, apesar da enorme subida de preços dos combustiveis que aconteceu no último ano, logo num ano desforável e onde apresentar resultados menos bons até seria aceitável...) por um gestor que ficou conhecido por concentrar a comunicação social num grupo de telecomunicações e por um deputado que que foi derrotado nas eleições autárquicas, foi um péssimo ministro e já admitiu não perceber nada de petróleos?

Caros amigos cósmicos, eu por mim já não me surpreendo com IVA's a 21% e o desaparecimento da categoria intermédia de 12% ou com mais impostos sobre produtos petroliferos vindos de quem vem, porque há 30 anos que sempre que o PS teve o poder aplicou a mesma receita.

Como muito bem frisou Marques Mendes no debate hoje à tarde, com este PSD pode o governo contar para cortar nas despesas da gestão da coisa pública. Pode até contar para subir impostos sobre vicios, que é como quem diz, alcool e tabaco. Mas para impostos que vão cair em cima de todos os portugueses, em particular sobre as empresas aumentando os custos de produção (energia mais cara, transportes mais caros, logo matéria prima mais cara e produção mais cara) e aumentando os impostos directos que farão retrair ainda mais o consumo, aumentando a carga fiscal sobre as firmas e originando com isto, com toda a certeza, uma nova vaga de falências e um disparo da taxa de desemprego nos próximos meses.

Quem votou nele agora que trabalhe para o tirar de lá antes que isto não tenha salvação possivel, porque só quem não souber da forma como a despesa (não) é controlada nos organismos públicos é que não percebe como é que o défice é o que é!

E por último, que isto já vai longo: há aí algum economista que me explique como é que pode haver uma previsão de défice? É que eu só conheço défices de execução. Explicando: se eu tenho 100 para gastar este ano e tenho planos para gastar 106, há uma previsão de um défice de 6. Mas o défice no final só o será de facto de 6 se eu gastar mesmo os 106 sabendo de antemão que só tenho 100! Porque o que uma pessoa normal faz com o seu orçamento é tentar controlar os gastos de forma a tentar fazer as mesmas coisas que custariam 106 por 100 ou menos ou, na pior das hipóteses, abdica de fazer algumas das coisas planeadas para gastar no máximo os 100 que dispõe, ficando no final com um défice 0 ou até nem tendo défice orçamental nenhum, antes tendo um superavite que permitirá, talvez, no ano seguinte, fazer cumprir aquilo que não foi feito no ano anterior! Agora virem dizer que no final deste ano vai haver um défice de 6,83 (reparem no preciosismo, não é 6,8, não, é 6,83!) e atirarem as culpas para trás é que não! Porque quem está a gerir os dinheiros desde 12 ou 13 de Março, não me recordo, é este governo! Logo se houver um défice no final do ano ele é practicamente e exclusivamente da responsabilidade dele, que não quis alterar aquilo que era preciso para conter as despesas e preferiu aumentar a carga fiscal, aumentando as receitas, para retirar apenas 0,6 ao défice anunciado pela "Comissão Constancio"...

quarta-feira, maio 25, 2005

A Europa Kantiana já existe: É preciso ir mais longe

O termo federação, na linguagem Kantiana, deve ser entendido como a criação de laços institucionais permanentes entre Estados soberanos para regularem as suas relações políticas e resolverem os seus conflitos de um modo pacífico. in www.ipri.pt.

Isto foi aquilo que os Estado europeus fizeram aquando da formação da CECA e mais tarde da CEE. Criaram laços e instituições comuns para evitarem guerras entre eles.

O que se passa hoje é que, a federação é necessária não para manter a paz entre os países europeus, mas sim para a Europa ter voz nas decisões que poderão influenciar a paz mundial.

Volto a insistir, porque para mim trata-se da questão fundamental. Se houver uma outra forma de se criar uma verdadeira política externa e de defesa comum, eu ainda não ouvi ou li alguma coisa sobre isso.

Citando um dos fundadores da Europa

"Não coligamos Estados, unimos homens".

Jean Monnet

...

Antes de mais, agradeço ao Miguel pelos elogios que colocou como comentário a um post que tinha no meu blogue. Depois queria acrescentar uma ou outra coisa ao debate europeu (por nem sequer querer pensar que o PM em que votei vai aumentar o IVA...). Primeiro, eu defendo a Europa e a União Europeia, mas considero que a federação é estragar o sonho europeu. Nenhum dos sonhadores da europa unida, a viu como federação, apenas como uma união política, económica e social. E, o interessante estava em conseguir que os países se unissem sem federalizar isto da Suécia a Portugal). Unimo-nos, para quê a federação? Tenho orgulho na UE, por ser isso mesmo, uma união de livre e espontânea vontade, onde, mesmo assim, os países mantêm a sua independência e a liberdade de escolha. Claro que a UE já via ditando muitas regras, até o tamanho que os frangos devem ter para poderem ser "sacrificados" já quiseram ditar.
Quanto à constituição, a lei base de qualquer país tem que estar ligado com a sociedade em que impera, e, mesmo que muitos dos nossos valores sejam "europeus", as culturas e principalmente as línguas diferem e separam. O velho exemplo dos esquimós que têm uma enormidade de palavras para nomear a neve ou o gelo, aqui também se aplica, porque eles têm uma visão do mundo e nós temos outra.
Sim ou Não à adesão à UE da Turquia? Sim ou Não à remota possibilidade de adesão de Cabo Verde?

"Antevisão da Futebolada"

O SLB ainda tem de terminar a temporada com o jogo da final da taça de Portugal, taça esta que espero que seja entregue ao V.Setubal, mas depois, fará uma digressão por Portugal inteiro e Angola a festejar o título do campeonato nacional, até pelo menos ao Natal, porque afinal só daqui a dez anos é que eles vão festejar novamente.
Na próxima época aquele que se intitula como o grande maestro da conquista do SLB no campeonato, o José Veiga, irá novamente contratar jogadores de grande qualidade, como os trouxe no início da época que agora terminou.
O Trap, confessou hoje não sabe se fica no benfica porque a mulher ainda não decidiu.
Já se ouve entre os adeptos, “Daqui a dez anos é que vai ser”

O FCP ainda não tinha terminado o campeonato e já tinha vendido três jogadores, até ao início da temporada vende mais meia dúzia e compra jogadores de qualidade, como o Léo Lima ou o Pitbull, estrangeiros claro.
Não há nada como dar uma ajuda à balança de transacções correntes de Portugal e encher os bolsos de alguns empresários e dirigentes.
O treinador novo, o tal “del Neri Holandês" pelo menos já sabe como vencer o SCP.
Os adeptos esses vão dizendo”não ganhamos o campeonato, mas mostramos quem manda nos aliados”

O SCP, o clube que esteve para ganhar tudo e não ganhou nada, “para o Ano é que vai ser”, parece que finalmente arranjou alguém que dê algum dinheiro pelo Ricardo, como já referi lamentável uma equipa que luta pelo título ter apenas um jogador convocado para a selecção principal do seu país, e com a qualidade do Ricardo, ufa….só por isso, um 3º lugar justo.
O peseiro continuará no dilema dos Adeptos e dirigentes,... Bestial, Besta, Bestial, Besta.

Um conselho aos clubes, apostem no mercado Nacional, quer em Jogadores como em Treinadores (para os mais lunáticos como o Dias da Cunha, eu não estou a dizer para ir comprar ao Nacional da Madeira, tenha calma, isto não é nenhum sistema)
e Fair Play

terça-feira, maio 24, 2005

Isenção em Pessoa

O Jorge Sampaio afirmou hoje que "problema do défice é complicado e difícil", afirmando ainda que "todos os portugueses têm que ter consciência do muito trabalho que há a fazer"

Lembramos apenas as palavras proferidas pelo dignifico e imparcial Presidente da Republica à dois anos atrás, “Há mais vida para além do Orçamento”, criticando a obsessão da ex-ministra das Finanças em 2003.

Como as pessoas mudam de opinião rapidamente.

:(

Desculpem a sinceridade

Quanto mais leio e oiço os argumentos do "Não", mais convencido fico de que o meu voto será "SIM".

Os apoiantes do "Não" são a favor de uma Europa mais forte (menos o Xavier, que tem uma visão atlanticista). Pelos vistos a nossa amiga Silvinha até federalista é... "eu também sou a favor da unicidade em todos os sentidos da Europa". Ainda estou à espera que os apoiantes do "Não" me digam se preferem que fique tudo como está...

Maiores poderes para o parlamento europeu, sistema de dupla maioria bastante democrático, criação da figura do presidente e do MNE da Europa são alterações que considero positivas e que aproximarão os cidadãos das instituições. Como disse num post anterior, o ponto onde estou mais em desacordo é no papel do BCE. Mas isso a nossa geração encarregar-se-á de alterar...

Acusam-me de ser optimista. Discordo. Quando eu defendo uma Europa forte e unida, é precisamente porque há a possibilidade de os valores do iluminismo europeu precisarem, num futuro não muito longínquo, de serem defendidos e preservados. Se esperasse um mundo cor-de-rosa, era indiferente a questão da Europa.

Mas, porque o mundo não é perfeito, e porque, apesar das 2 guerras mundiais, confio mais nos europeus (porque me sinto como tal) do que nos americanos, chineses ou russos é que sou a favor de uma Europa Federal.

Portugal e os portugueses, enquanto nação e povo, terão mais capacidade de actuar sobre o mundo inseridos numa Europa Federal do que individualmente.

Chamam a isto optimismo? Isto é a realidade. Ninguém sabe para onde caminha o mundo e como estaremos daqui a 5, 10 ou 15 anos. Podemos apenas traçar cenários. Não considero este, traçado por mim, um cenário optimista.

Apenas tenho a convicção ou crença de que uma Europa a uma só voz seria capaz de construir um mundo cada vez melhor.

HaHa - Dá para rir e gargalhar

Ontem assisti a um debate onde estavam presentes alguns dos responsáveis pela actual crise das contas públicas. No campo teórico razoáveis (o melhor para mim foi Eduardo Catroga, sem dúvida). No campo prático ministros ou secretários de estado razoáveis, maus ou muito maus (o melhor, e os resultados asssim o demonstram, continua a ser Catroga).

O Pina Moura veio dizer que o problema das contas públicas começa essencialmente em 1991 (ano de eleições), quando Miguel Beleza (outro opionion-maker da nossa praça), na altura ministro das finanças, aprovou medidas que provocaram um aumento real das despesas na ordem dos 15%. Por este andar, daqui a 1 ano estamos a culpar o Salazar...

Pelo que ouvi, os últimos 15 minutos foram os únicos que me acrescentaram algum conhecimento. O resto do programa foi conversa de xaxa, que andamos a ouvir à cerca de 4 anos.

Problema(s): Aumentar a produtividade e a competitividade e equilibrar as contas públicas.
Como: Medidas para o fazer???

Este tem obrigatoriamente de ser o cerne do debate. Os problemas já estão diagnosticados há muito. Queremos a vacina. Que também já todos descobriram. O problema é que a picada é muito dolorosa. E não temos "médicos" com coragem.

3 Medidas para diminuir o défice:
Aumentar o horário laboral para 45 horas semanais (mais 30 minutos por dia) - na Alemanha os operários de fábricas da Opel e da Volkswagen aceitaram aumentar as horas de trabalho para manterem os seus empregos;
Subsídio de doença dos funcionários públicos semelhante ao dos trabalhadores do sector privado (65% do seu salário) - a lei actual é um incentivo ao absentismo, como disse e muito bem Bagão Félix;
Partir de um orçamento zero nos ministérios da educação e da saúde - É imperioso atacar as despesas destas áreas. É preciso elaborar um plano de gestão, hospital a hospital e escola a escola, e racionalizar os custos. Um bom gestor encontrará sempre onde poupar.

Isto para não mencionar aquelas que já estamos fartos de ouvir: acabar com as SCUT, manter as cativações (que nem sei muito bem o que é) e apostar no combate à fraude e evasão fiscal.

Os programas do género do que assisti ontem, onde os intervenientes são os próprios responsáveis pela calamidade actual, é que inspiram frases como esta:

Falam, falam, falam, mas ninguém os vê a fazer nada...

Engº Socratres

Segundo noticia avançada pelo estação televisiva SIC, o primeiro-ministro, José Sócrates, pediu a todos os ministérios para apresentarem esta terça-feira programas de redução de despesas.

Muito bem e boa sorte Sr. Eng.º, embora considero que não conseguirá reduzir significativamente a despesa pública, claro que espero que o consiga,......lamento apenas que esta medida não tenha sido prevista na elaboração do Programa de Governo ou até mesmo na elaboração do programa eleitoral do partido socialista realizado pelos iluminados das “Novas Fronteiras”.

Tenha Coragem,

PS: Não Esquecer que este valor para o défice não contempla ainda as despesas publicas "normais" de fim de mandato dos Ex.mos “Xicos-Espertos” Plesidentes de Autarquias.

segunda-feira, maio 23, 2005

6,83%

O Partido Social Democrata comentou o valor de 6,83% de previsão défice por Dulce Franco, responsabilizando o governo de António Guterres pelo défice apurado pela comissão independente às contas públicas nacionais.

"Como é bem sabido vem na linha de uma crise orçamental que eclodiu com toda a gravidade em 2001 no tempo anterior Governo socialista, que deixou aumentar entre 1996 e 2001 a dimensão do Estado em contra-ciclo com as economias nossas concorrentes"

:(

Tá bonito...

Défice: Bruxelas prepara processo contra Portugal se valor for confirmado

A Comissão Europeia prepara-se para abrir um procedimento de défice excessivo contra Portugal, se o Governo português confirmar que o saldo negativo das contas públicas ultrapassará o limite de 3% do PIB este ano.

(sem ideias para títulos)

"O país está francamente melhor!" - foi há pouco mais de um ano que Marques Mendes proferiu esta preciosidade numa entrevista a Maria Flor Pedroso da Antena 1

Isto para falar um pouco do défice (ou deficit). Estou extremamente agradado com a forma como isto vai. Mais uma vez a culpa morre solteira. Para o Jorge Coelho nas suas declarações, que considero infelizes, a culpa é do Durão Barroso e da Manuela Ferreira Leita, do Santana Lopes e do Bagão Félix. Para o PSD, adivinhem lá de quem é a culpa? Do Eng. Guterres, claro está.
Eu questiono-me, se a culpa é de tanta gente e tanta gente sabe de quem ela é, por que é não se coloca em tribunal um processo por gestão danosa? Não, como verdadeiros miúdos, andamos aqui no "foi ele, foi ele".
Bom, passando à frente, ainda não ouvi medidas da boca do Primeiro-Ministro ou do Ministro das Finanças, até lá mantenho-me, também, calado.

Gostaria de terminar com uma analogia. O ex-Ministro das Finanças Bagão Félix é o coroar do que os portugueses têm de pior. Enquanto que o comum dos mortais mexe com uns milhares de contos para a casinha ou para o carrinho. O Sr. Bagão Félix só fica contente com espertezas económicas, mas de milhões. Parabéns, Sr. ex-Ministro (dou graças pelo "ex"), conseguiu ser a caricatura do portuga.

"NÃO" por uma Europa mais Ambiciosa!

Acho que um último post acerca do Não que vale um Sim à Europa ainda faz sentido...
Ora bem, assim como o caro colega Johny e creio que como os restantes colegas cósmicos, eu também sou a favor da unicidade em todos os sentidos da Europa, e assim como o Johny pese embora sem dúvidas, também não partilho do optimismo do Miguel.
Votar "Não" à Constituição Europeia não é sinónimo de rejeição à ideia de Europa mas sim sinónimo de rejeição ao tão pouco que se nos oferece. As consequências fariam com que os políticos vissem a Europa de forma diferente não tão restrictamente como o fazem.
É verdade que a Nova Constituição consagra direitos e conquistas fundamentais mas são exactamente os mesmos de hoje, nem mais nem menos! Os governos e os partidos continuam a ser os protagonistas e os cidadãos continuarão ausentes. Porque é uma constituição feita por políticos para políticos!
Concordo novamente com o Johny em que a Europa é a vontade dos europeus, e que temos que fazer tudo para sermos bons e ricos de espírito mas para isso é necessário votar "Não" para alcançar objectivos importantes que levarão o civismo a uma Europa muito mais ambiciosa!
E com isto espero ter-te tirado algumas dúvidas observador Johny ;)

Cartoon "A Bola"

O défice que está a esgotar a já desgastada credibilidade dos políticos

Antes de mais Silvinha, um dos pontos fundamentais do projecto de tratado é precisamente conceder ao Parlamento Europeu (o único orgão eleito directamente pelos europeus, logo Democratia) maiores poderes legislativos.
Bom, quanto à questão de maiores ou menores semelhanças, a língua é de facto aquilo que mais separa os europeus. Mas como disse anteriormente, a aliança mais antiga entre povos europeus pertence a Portugal e Inglaterra, onde as línguas nada têm em comum. Mas deixarei este debate para outro post.

Adiante. Vamos à política económica nacional. Acho muito bem que o PS mantenha as SCUT, construa todos os hospitais prometidos, ou seja, que faça tudo aquilo que vá de encontro às suas promessas. Os socialistas durante a campanha falavam em equilíbrio das contas públicas, apenas não diziam por que lado esse equilíbrio seria conseguido. Como eu imaginava, pelo lado das receitas, apesar de terem igualmente prometido que não subiriam os impostos. Mais uma vez, o grande problema dos socialistas - a falta de coragem para tomar medidas difíceis - evidenciou-se.

Mas, infelizmente, eu penso que a medida enunciada de subida de impostos é precisamente a inversa daquela que o país necessitava. Votei PSD nas penúltimas eleições, porque votei num choque fiscal. Foi pelo incumprimento desta promessa que tanto critiquei a sua política económica. É pelo mesmo caminho que este governo vai seguir que eu critíco esta política.

Subir o IVA nos restaurantes provocará maior fuga fiscal ou um menor valor absoluto de imposto arrecadado, porque com certeza serão menos as pessoas a usufruirem de tais serviços. Ao invés, mas porque é uma promessa eleitoral das populistas, decidem manter as SCUT, aquele imposto bastante justo do não-utilizador pagador.

Subir o IVA para 21% agrava mais a gestão quotidiana das contas familiares do que uma subida de 1pp na taxa de juro. Quem está a pagar uma casa sabe disso.

Apenas queria lançar um alerta às populações onde foi prometida a manutenção das SCUT. Também a vós, que imaginemos gastariam em média 2 euros por dia em portagens, vos sairá mais caro a subida do IVA. Por razões directas e indirectas.

Porque Somos Campeões?

Ganhamos sofrida e merecidamente porque somos os melhores do país! E aí estão os 28 campeonatos que não deixam provar o contrário! Finalmente, após 11 anos os 6 milhões de benfiquistas mais outros tantos milhões espalhados pelo resto do Mundo (dps do que viram ontem quem pode duvidar??) explodiram de alegria e mostraram quem realmente é grande, quem tem a Chama que Nos Ilumina!!

SER BENFIQUISTA É SER CAMPEÃO! OBRIGADA BENFICA!

Palavras para quê?

domingo, maio 22, 2005

Benfica

Estes últimos dias têm sido os mais frutíferos, para mim, em termos de discussão Europeia. Mais uma razão para um esclarecimento alargado dos cidadãos e não uma campanha SIM, porque sim e NÃO, porque não. Aqui discute-se e muito me tem agradado discutir com o Miguel :).

Sobre a Europa, realmente, Miguel, levantas uma questão importante, como evitar os problemas nas votações europeias. Não podemos, contudo, defender uma constituição pelos problemas das votações. Defendes a federação e por isso os meus argumentos nunca "colarão" em ti, creio que por vermos a coisa de locais opostos.
Não concordas comigo quando digo que temos mais em comum com os Sul-Americanos e com os Africanos (nestes pontos referia-me, em particular, aos países de língua portuguesa). Defendeste-te no facto de, por exemplo, o iluminismo ter nascido na europa. Compreendo onde queres chegar, e concordo que temos muito em comum com a França, com a Espanha e com a Itália, países que ao longo dos mil anos que temos nos influenciaram muito. Porém, a visão do mundo dum povo não se fica pelas correntes filosóficas, vai para além delas, ou seja, é a língua. Eu sou português e tal como Agostinho da Silva disse, acredito que ser português é ser daqui, de Angola, de Moçambique, do Brasil, de Timor, etc. Primeira questão lateral: concordam com a possível adesão de Cabo Verde à UE?
Afirmas que foi na europa que apareceram as grandes correntes artísticas e filosóficas e que por isso existe toda uma comunidade europeia culturalmente unida. Mas não foram todas essas teorias para além das fronteiras da europa? Logo, é todo um património do mundo ocidental e do mundo ocidental fazem parte muitos países não europeus. Segunda pergunta lateral: concordam com a adesão da Turquia à UE? (esta pergunta surge, porque os valores que defendes pouco ou nada se verificam neste país).
Quanto ao resto, a Silvinha salvou-me de argumentar mais. Concordo com o que ela disse.

Bom, como o Sr. Pires atacou aqui o partido que está no Governo que, por coincidência, é o meu. Cabe-me dizer uma ou outra coisa. Acerca das promessas, já falei. Se o PS apanhou um susto com as contas públicas, não devia. Quanto à notícia do Expresso, não a li. Porém, e aqui me informarás, Pires, se o Campos e Cunha declarou ao jornal que se ia embora, é grave. Se é notícia para vender sem uma declaração do ministro é grave, mas para o jornal. Com Santana Lopes, o país assistia aos desmentidos e "mentidos" no jornal, às vezes em directo.
Sei que isto vai soar a partidarismo, mas o que Campos e Cunha referiu e Sócrates assinou por baixo foi que as medidas ditas difíceis só seriam aplicadas a médio prazo se as outras não resultassem. Não é, propriamente, uma contradição. A ver vamos e na quarta-feira cá estaremos para discutir.

P.S. - Como o título do post é Benfica, achei por bem dizer qualquer coisa sobre isso. Não tenho fé que ganhe o campeonato, mas ficaria muito feliz.

sábado, maio 21, 2005

A 3 pontos apenas...

...amanhã, seja no Estádio do Dragão, na rua, nos cafés ou até nos Aliados (enquanto não são destruídos da sua beleza pelo projecto cinzento do duo maravilha Siza-Souto) hehe - onde é que já li isto? - como dizia, o Dragão irá comemorar o tricampeonato!

Porque o FC Porto "no teu pendão levas o escudo da cidade que na história deu o nome a Portugal"!

Porto, Porto, Porto,
És a nossa glória,
Dá-nos neste dia
Mais uma alegria,
Mais uma vitória!

A um ponto apenas...

Amanhã, seja no estádio, na rua, no café ou em casa ou até nos aliados hehe, a águia vai renascer novamente e vamos realizar o sonho e ambição de milhões de benfiquistas!
Eu acredito no meu Benfica porque somos: “ De um clube lutador, que na luta com fervor, nunca encontrou rival, neste nosso Portugal!!”

Ser Benfiquista
é ter na alma a chama imensa
que nos conquista
e leva à alma a luz intensa
do sol que lá no céu
risonho vem beijar
com orgulho muito seu
as camisolas berrantes
que nos campos a vibrar
são papoilas saltitantes.


O porquê do Não

Trata-se de uma carta magna com 350 páginas mais um anexo com 700 e continuas referências a outros documentos e tratados. Não há paciência! Nem a de Jó! Uma constituição deve ser curta e perceptível para qualquer cidadão mesmo que não entenda nada de Direito Constitucional!
Além de entregar poder excessivo a França e Alemanha outorga direitos aos países e não aos cidadãos!
Consagra a única instituição para a qual nós cidadãos podemos eleger os parasitas, que na realidade não têm poder algum... o parlamento europeu!
Penso que ao que temos que responder neste referendo é mais ou menos à seguinte questão: “Aprova o projecto do tratado pelo qual se estabelece uma constituição para a Europa?” Esta pergunta deixa uma porta aberta a que a constituição seja alterada depois de aprovada sem que para isso se volte a consultar os cidadãos!
Esta constituição consagra uma Europa libertina dirigida desde Bruxelas por elites burocratas.
O meu voto será um definitivo Não!

Sim, não ou talvez?

Isto está animado, no que toca à discussão sobre o referendo europeu... Já há aqui gente a entrar em órbita, diria eu, mesmo sabendo que nada mais do que normal isso será ou não fossemos todos "observadores cósmicos"...

Quanto à minha posição, ela tendencialmente será SIM mas ainda não está fechada.

Porque se a minha inclinação europeista me leva a optar pelo sim, julgo não reunir ainda as condições necessárias de conhecimento do dossier "Constituição da Europa" (salvo erro umas 400 páginas?) nem li/ouvi argumentário suficiente para decidir.

Mas para ficar um pouco mais claro, sugiro a leitura deste meu post sobre o assunto no meu blog Linha de Rumo.

A discussão está boa aqui, prometo participar mais conforme o tempo assim me permitir...

Apelo ao Presidente da Republica

Depois de se verificar em apenas dois meses de Governação, Ministro desmentido pelo primeiro-ministro, Ministro que ameaça demitir-se caso as suas propostas não sejam aceites e ainda Promessas eleitorais que passaram ao esquecimento, por favor não destitua o Governo e a Assembleia da Republica.

Por favor continue apenas a sua em campanha pelo SIM nas escolas, como refere Pacheco Pereira.

Pelo bem do seu Partido, pelo bem de Portugal.

É preciso ter "lata"

O presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, Fernando Ruas, solicitou ao primeiro-ministro, o fim dos actuais limites ao endividamento dos municípios, rejeitou ainda a ideia de que os municípios tenham contribuído para a actual crise orçamental.

Tensão no Governo

Segundo afirma a edição de hoje do semanário “Expresso”, Campos e Cunha, Ministro das Finanças, não está disposto a abdicar do conjunto de medidas que considera indispensáveis para combater o descontrolo das finanças públicas., prefere sair do Governo.

Uma Questão de Optimismo

Antes de mais, quero deixar claro que jamais quis dizer que não existiam democratas em África ou na América-Latina (aliás a maior parte dos países deste continente já são democracias, e cada vez mais fortes). O que quis dizer foi que os valores que referi no texto anterior foram defendidos e ressurgiram com o iluminismo francês, espalhando-se depois por grande parte da Europa. A ciência e o racionalismo surgiram igualmente na Europa, antes do iluminismo. As diferentes expressões culturais (pintura, música, teatro) e a própria política surgiram na Europa, muito antes do racionalismo e da ciência.
O povo europeu tem muito de romano e de grego. O povo europeu é cristão há 2 mil anos. A forma de organização social foi semelhante durante séculos em quase toda a europa (nobreza, clero e povo, aparecendo mais tarde a classe burguesa).
A Europa já tinha abulido a escravatura, e nos EUA havia uma guerra civíl por causa desta questão.
Ou seja, aquilo que nos une, os grandes valores, vem desde à pelo menos 2 milénios e meio.

Quanto à guerra com o Iraque, praticamente 50% da população americana estava contra. No entanto, apresentou-se perante o mundo unida. Só assim conseguem ter uma voz forte. Na Europa teria que acontecer o mesmo. Por isso é que defendo uma verdadeira Política Externa e de Segurança Comum (PESC), um dos pilares do tratado de Maastricht. Por isso critico este tratado, por não ir mais longe nesta questão que considero a mais importante para a futuro da Europa.

Outra questão para as quais o "Não" não apresenta argumentos, é como pretende desbloquear as situações de impasse e inacção que com toda a certeza surgirão, devido ao actual sistema de votos. Passem os olhos pela tratado neste ponto. Pessoalmente, acho-o bastante democrático.

Actualmente, o presidente executivo da União é um português. No futuro não terei problemas alguns em ter um presidente alemão, francês, esloveno ou polaco. Desde que a democracia e a liberdade continuem a imperar.

As pequenas diferenças de tradições e costumes que existem entre os países europeus, do meu ponto de vista só enriquece a cultura europeia. Preservá-los compete a cada um dos países.

Ver

Ora meu caro Miguel (podes-me chamar Xavier se preferires isso ao "despertador", que foi um nick criado para um outro blogue),
Agora sou eu que discordo. E creio que discordamos em dois ou três pontos que tornam difícil a aproximação.
Primeiro o comum. Também me entristece o crescimento de votos nos partidos nacionalistas. Parece-me que tal acontece, precisamente por se deixar determinados temas para esses partidos. Este é um exemplo, por que será que quem apoia o "Não" à Constituição é sempre conotado com partidos extremistas? Será que os meus pontos de vista são nacionalistas ou comunistas? Acredito que não, mas como os moderados querem o "sim", transmitem apenas a ideia que a UE é um mar de rosas, algo que leva algumas pessoas, talvez as mais afectadas pelos problemas da União (que, como qualquer país ou federação, também os tem) a optar pelos únicos partidos que, de uma forma populista, lhes vai vedando a vista. É este medo de discutir alguns tabus (e sim, o "Não" à Constituição tornou-se numa espécie de tabu) que leva, por exemplo na Alemanha, ao forte crescimento dos partidos Neo-Nazis. Não se discute, tem-se medo, como noutras matérias, de ir além do partidário. Isto também é triste.
Concordo também com os canais existentes para a nossa informação. Contudo, o que ninguém informa é o que virá depois, que consequência terá isto no futuro? Como sempre é nestes casos, o futuro só interessa quando lá chegarmos. No entanto, uma Constituição que demorou meses a ser concluída e em que poucos ou nenhuns eram os países satisfeitos, não é um bom indício para o futuro.

A partir daqui, discordo. Tu dizes que em nada nos assemelhamos aos africanos ou aos sul-americanos (entre outros), não podias estar mais distante de mim. A ideologia que tu apontas como sendo a que une a Europa (liberdade, iniciativa privada e democracia), em que ponto nos afasta destes povos? Não há democratas em África e na América do Sul? Não há lutadores pela liberdade? Não podes discriminar os vários pontos do globo que mencionaste apenas por terem sido locais colonizados que nós (os europeus democratas e libertadores) deixámos ao «deus dará». Sinto-me mais próximo dum africano e dum sul-americano do que dum Alemão. A mentalidade é a mesma, a forma de ver o mundo também, afinal, estivemos (nós ibéricos) lá durante séculos... Que outra razão encontras para a Commonwealth? Ou por que te parece que o Brasil tem liderado a CPLP? Nós andamos por aí preocupados com a Europa quando o património cultural comum que temos com os países de língua portuguesa poderiam ser uma outra forma de chegar ao que defines como: "Num mundo globalizado e democrático, os maiores países, mais populosos e poderosos serão aqueles que conseguirão fazer prevalecer os seus valores." Quanto a ideologias, esses países também as têm. Não podemos confundir a ideologia com o seu historial de líderes antidemocráticos nomeados ou colocados no poder por esses países que defendes como exemplos de ideologia.
No que toca à Guerra do Iraque, não sei em que é que uma Federação ajudaria a uma tomada de posição diferente, afinal grande parte dos países europeus de peso eram a favor da guerra, exceptuando a França e a Alemanha, logo a diferença estaria, muito provavelmente, no ingresso de tropas alemãs e francesas no pelotão «libertador» do Iraque.
Não me considero um iluminado, muito menos um Velho do Restelo, acho que a Europa poderá seguir outros caminhos que não, caminhos esses que, por não serem federais, são mais democráticos e livres. Não se trata aqui o de ser governado por Franceses ou Alemães (que, de qualquer forma, não me agrada), trata-se apenas de uma ligação cultural que não sinto presente, como sentem, por exemplo os Norte-Americanos. Culturalmente são iguais (ainda que com as suas variantes). Sempre detestei uniformizações e uma Europa federal tende a uniformizar, por muito que não o queiras, e eu detesto uniformes.

PND faz campanha pelo NÃO

sexta-feira, maio 20, 2005

Ver Mais À Frente

Discordo quase na totalidade com o nosso amigo Despertador. De facto, o único ponto em que estou de acordo é na falta de informação, no facto das pessoas irem votar sem saberem em quê. No entanto, para as pessoas mais interessadas não faltam canais de informação.

Quero igualmente afirmar que não li o texto constitucional. Contudo, sei basicamente aquilo que pretende. Sei aquilo em que discordo. Sei aquilo em que acredito e sei aquilo que falta para o texto ser completamente do meu agrado.

Eu vejo a União Europeia como uma união entre povos que partilham os mesmos valores fundamentais (ver Carta dos Direitos Fundamentais). Somos ocidentais. Se olhar para o globo, qual os países com que temos mais semelhanças? Com certeza os europeus. Não são os africanos, nem os latino-americanos, nem os indianos, nem os árabes, nem os chineses, nem os japoneses. Fora da Europa, e actualmente com bastante discordância em assuntos como o Tribunal Internacional de Justiça, o Protocolo de Quioto e a Guerra do Iraque, os EUA são o país a que mais nos assemelhamos em termos de valores. Iniciativa privada, democracia e liberdade. (Ler "O Choque de Civilizações" de Samuel P. Hungtinton - muito falado após os ataques do 11 de Setembro)

A globalização é um processo imparável e cada vez mais acentuado. Num mundo globalizado e democrático, os maiores países, mais populosos e poderosos serão aqueles que conseguirão fazer prevalecer os seus valores. A Europa desunida jamais terá uma voz de peso na cena internacional.
Acho que a Europa deveria ter uma única participação no Conselho de Segurança das ONU. Em princípio passarão a ser 3 brevemente. Para a credibilidade da Europa é crucial que fale a uma só voz.

Outro ponto a favor do SIM são os mecanismos de tomada de decisões que precisa urgentemente de ser simplificado e menos rígido, de forma a não bloquear a União e tornar esta uma instituição absoleta onde as decisões dificilmente seriam aprovadas.

Critico o Tratado por não ir mais longe, mas compreendo que a mentalidade dos europeus ainda não esteja preparada para a união política (se calhar nunca estará). Veja-se a percentagem de votos em partidos nacionalistas a aumentar por toda a Europa. Entristece-me.
Eu fui contra a guerra no Iraque e Portugal enquanto país foi a favor. Não poderia deixar de ser português, e o mesmo terá que se passar em relação à Europa. Nunca estaremos sempre a favor, mas os assuntos terão que ser discutidos internamente e mostrarmos união para o exterior. Para o bem da credibilidade da Europa. Para o bem dos direitos fundamentais que todos defendemos.

Não defendo a Constituição quando prevê um único objectivo para o BCE. Ao controlo da inflação, deveriam ser acrescidos os objectivos da criação de emprego e do crescimento económico. Mas isto são pontos circunstanciais, que poderão ser alterados, e que não poderão impedir a aprovação do Tratado por causas superiores e indispensáveis do meu ponto de vista.
Critico deste sempre o PE(C) - de crescimento tem pouco - , mas nem por isso deixo de ser europeísta, por valores superiores a uma simples política orçamental com que discordo. Discordo em muito com a PAC, mas não deixo de ser europeísta.

Porque sou um simples europeu. Porque acredito que valores como a paz, a democracia, a liberdade, a justiça e a igualdade de oportunidades terão mais garantias de serem mantidos se a Europa se conseguir manter unida.

Este passo para alguns é longo demais. Para mim é curto. Mas sempre é melhor do que ficar no mesmo sítio ou até andar para trás. Rumo a uma federação. Rumo à União Europeu. Vamos concretizar o sonho daqueles que, depois de uma II Guerra Mundial catastrófica para a Europa, sonharam com uma Europa unida e de valores comuns.

Ovelha Negra

Ora, pelas primeiras reacções, parece-me que sou a ovelha negra cósmica (uma metáfora terrível). Como disse, votarei "não" (a não ser que me convençam, claro está). Tenho algumas razões, podem até não ser as melhores, mas são as minhas razões. Tal como o Pacheco Pereira, não acredito que venha aí o fim do mundo se não ratificarmos o tratado de Constituição Europeia. Não sei para quê esta obsessão por uma constituição só. Que mal tem termos as nossas constituições, mais adaptadas, certamente, à realidade de cada país? Aceito que, em certas coisas, tentemos igualar os outros membros da UE, mas, no que toca a particularidades referentes a cada país, as diferenças têm que ser intocáveis. A constituição portuguesa foi feita pelo nosso país e para o nosso país, contendo o retrato do que melhor tem Portugal (tem as suas falhas, mas a intenção era essa). Agora digam-me, em que é que nós somos semelhantes aos nórdicos? Em pouco, no que toca ao desenvolvimento (o que é pena); em nada, no que toca à maneira de estar no mundo (falo sempre, claro está, do melhor de Portugal). Podem-me dizer que é o comboio da mudança que aí vem e que temos que apanhá-lo... muito bem, contudo, quero apanhá-lo com as particularidades que fazem de mim português. Não sou nacionalismo, mas defendo que culturalmente eu sou muito diferente de um inglês ou de um nórdico (diferenças essas que se tornam ténues se nos compararmos com a Espanha ou a Itália). Espero ter explicado bem este ponto (duvido, mas espero).
Como perceberam sou anti-federalista. A União Europeia é hoje um exemplo mundial, porque une os países pela ideologia social e económica. Este sonho europeu agrada-me, para além disto é, como referi, unir o que não tem união.
Sou regionalista, logo, defender a centralização europeia é contraditória com a primeira ideia. Não defendo o tratado de Bolonha, ainda que o aceite, por ser ao nível do Superior. No entanto, o sistema educativo deve existir em função do país em que se insere, não pode nunca ser o país a adaptar-se à educação que tem (este facto explica todos os erros que foram as reformas educativas desde o 25 de Abril).
No entanto, em nada me identifico com o argumentário para os "trabalhadores" do PCP ou do BE, por isso louvei entusiasticamente a tomada de posição de Pacheco Pereira (o que raramente acontece, creio até que foi a primeira vez).

Para além disto, voto "não" por haver falta de esclarecimento. Voto "não", porque tal como qualquer contrato não o poderei assinar se não compreender o que lá vem escrito (e assim deviam fazer todos os portugueses, não o contrário).

Pires, realmente também defendo que o referento à Constituição Europeia não seja nas autárquicas, pois daqui até lá nada se esclarecerá e não serão, com toda a certeza, os candidatos às juntas ou às câmaras a fazer esse esclarecimento (será que o Rui Vítor Costa era capaz? - mera provocação...). Só um referendo seria correcto realizar com as autárquicas, o referendo à IVG, pois este já não necessitaria dum esclarecimento tão alargado.

Miguel Carvalho, peço desculpa por não ter lido o histórico :). Sim, sou de esquerda, opositor, em Guimarães, ao partido do Pires e à Juventude a que pertence (sou da JS). Mas não defendo isto ou aquilo pelo partido. Como sempre disse, a ideologia pode ser a mesma e ter diferentes maneiras de ser abordada.

Bom, o post já vai longo. Isto deve estar confuso, mas mesmo assim, um grande abraço por me aturarem.

Conselho da Semana - Leiam Agostinho da Silva.

NIM

Pergunta: "Concorda com a Carta dos Direitos Fundamentais, a regra das votações por maioria qualificada e o novo quadro institucional da União Europeia, nos termos constantes da Constituição para a Europa?"

Resposta: NIM

Como acho que já referi anteriormente, sem uma pergunta esclarecedora, sem um alargado período de informação e principalmente uma posterior clarificação sobre a nova Constituição Europeia, eu voto NIM, nem Sim nem Não, abstenho-me.

Isto é, como já sugeriu anteriormente o Cósmico Miguel, se o referendo e as eleições autárquicas forem no mesmo dia, eu quero fazer parte da estatística da abstenção (votar no partido do Miguel Carvalho) para o referendo, não querendo eu votar em branco (vulgo partido do Saramago).

Sem com isto deixar de votar naturalmente nas equipas Autárquicas (actuais Juntas de Freguesias, Executivos Camarários e Assembleias Municipais) com o perfil que achar mais adequado aos exercícios das respectivas funções, sublinho "actuais", porque a poucos meses das eleições, ainda ninguem sabe ao certo como será feita a nova eleição autárquica.

Se as condições que argumentei para votar NIM, forem ultrapassadas e existir um abrangente empenho na informação e clarificação sobre a matéria em causa, naturalmente votarei SIM., caso contrário já sabem…...…NIM

SIM à Constituição

Antes de mais, parabéns por esta iniciativa Despertador.

Eu já abordei antes, de uma forma superficial, este assunto. É uma questão de procurares no nosso arquivo cósmico do mês de março.

Como federalista que sou, só poderei votar SIM. Divergências existirão sempre, e por isso no futuro poderão fazer-se alterações à Constituição. Agora, este é o passo primordial para iniciarmos o caminho de uma Federação, condição indispensável à manutenção de um papel fundamental por parte da Europa na cena mundial. Mais, uma Europa a 25 só funciona se houver uma maior flexibilidade nos mecanismos de tomada de decisões, correndo estas o risco de nunca serem tomadas se o processo (poder de veto em inúmeras questões) se mantiver como está.

P.S. - Já agora, para o Despertador. És de esquerda ou de direita? Eu sou de esquerda e de direita. E não digas que estou confuso, porque posso explicar-te porquê (Ou então procura no arquivo cósmico - março). :)) Abraço

Sim ou Não

Depois da referência ao Sítio do Não, e da vontade do Johny de querer debater sobre a Constituição Europeia, nada mais vi sobre isso no Observador. Sei que as pessoas devem ter mais o que fazer do que eu, mas podíamos começar a trocar algumas ideias sobre o assunto. Antes de mais, quem, à partida, votará "SIM"? E quem votará "NÃO"? Para mais tarde os argumentos, primeiro vamos saber quem é quem e só depois tentar, quem sabe, convencer os outros.
Eu votarei "NÃO".
Abraço.

quinta-feira, maio 19, 2005

GRANDE SPORTING



Sempre a combater
A curva a cantar
Pra te ver ganhar
Força SPORTING alé

SOMOS OS MELHORES E OS MAIORES...

E para o ano lá estaremos todos a apoiar o GRANDE SPORTING CLUBE DE PORTUGAL.

Valham-me momentos como este... :)


Quanto mais me bates GRANDE SPORTING, mais eu gosto de TI.

Não existem adeptos como os do GRANDE SPORTING.

Nestes momentos difíceis é que mostramos aos outros porque somos um clube diferente.

Sítio do Não

Ao mesmo tempo que se fomenta o debate sobre a Constituição Europeia no Observador Cósmico, o José Pacheco Pereira criar um blog , Sítio do Não, para reunir opiniões contra o Tratado para a Constituição Europeia.

O Ex-deputado do Parlamento Europeu apela,“Todos aqueles que querem votar NÃO e não se revêem no NÃO do PCP e do BE à Constituição Europeia, de que estão á espera para organizar um movimento...?”

A Visitar,

terça-feira, maio 17, 2005

Cada vez pior...

Meus caros amigos,

A culpa é do Governo de António Guterres. Por mais voltas que dêem, por mais que pensem, não há hipótese, a culpa é do Governo dele. Todos sabemos que aquele momento foi de infelicidade, pois quando se pensava que tudo estaria encaminhado para cumprir desígnios importantes, eis que o Ricardo sofre um ganso do tamanho do Estádio da Luz. De quem é a culpa? Claro que é do Engº António Guterres. Há dúvidas? Claro está que Marques Mendes já fez questão de lembrar que, se não tivessem os Governos de Durão Barroso e de PSL tomado medidas a coisa estaria muito pior.
Agradeço-lhe o facto de nos ter lembrado que o PSD ainda mantém o discurso a que nos habitou: a culpa é dos outros.

Quanto às promessas de José Sócrates, oponho-me a que se quebrem, pois ninguém deve prometer sobre aquilo que não conhece, se não fazia ideia que o país já nem tanga tem, estivesse calado. E depois, se na A.R. já se sabia que poderia chegar aos 7% (dito desta forma até parece coisa boa) e mesmo assim se disse que não haveria, por exemplo, aumento de impostos, então não há desculpa.

P.S. - Queria deixar, aqui, desejos de melhoras ao Dr. César Machado que foi ontem internado, vítima de um ataque cardíaco. Um grande abraço.

...ainda o Défice Orçamental?

O Vítor Constâncio, Governador do Banco de Portugal, à saída de uma reunião com o Presidente da República, veio a publico avisar aos portugueses que o governo será obrigado a tomar medidas impopulares relativamente ao combate à redução do défice, "medidas difíceis, diversificadas e abrangentes" afirmando ainda "temos de resolver a situação financeira, para que nos possamos dedicar plenamente às tarefas de crescimento económico"
Relembrando o discurso de posse e o programa de Governo: as SCUT não são para ter portagens, na idade das reformas não se mexe, na função pública não se despede, as poupanças fiscais são para reintroduzir.
O actual Governo, desdramatizou a situação, solicitou ao Banco de Portugal o retrato da situação orçamental, prometeu novidades no final de Maio. Durante este tempo todo, aos portugueses nada foi dito, nada foi feito
A Hipótese já abordada pelo actual ministro das finanças em aumentar os impostos, muito rápidamente foi desmentida.
Os Portugueses, estiveram aliviados quase tinham esquecido esta questão do défice orçamental, mas temos de estar preparadospara a realidade que nos espera e pagar o défice com dinheiro do nosso bolso.
Infelizmente e naturalmente muitos portugueses vão sentir-se traídos, por não verem correlação entre programa do PS e do Governo e as medidas que ai vem.

Apontamentos.

Ora bem, após tão calorosa recepção por parte de todos os observadores cósmicos, senti que vos ando a enganar, é que apesar de ser Benfiquista, também tenho os meus defeitos. Sei que a partir do momento em que se sabe que uma pessoa é adepta do Glorioso, pensam logo que somos perfeitos e tal, mas é mentira, por vezes gostamos de lavar em excesso as mãos e assim.

Bom, após esta tentativa gorada de ser engraçado e inteligente, queria deixar aqui novo apontamento, só para lembrar que se deve ouvir música portuguesa, por isso, comprem o álbum (ou tirem da net, mas sem dizer nada a ninguém, ssshhh!!!!) Apontamento de Margarida Pinto e digam de vossa sentença.

Luz verde para escrever no nosso blog...

Olá Xavier... Já estava na altura destes managers do nosso blog convidarem um “predador” para me fazer companhia! VIVA O GLORIOSO!!

Bemvindo amigo e colaborador, este é o teu blog para que deixes solta a tua imaginação e exteriorizes a tua criatividade, literária...
O SLB É O MAIOR!!!
E como dizia o Albert: “ Nunca guardes na cabeça aquilo que te cabe num bolso”

Força no teclado, dá-lhe duro que é de plástico!

Sorte e um grand’abraço!

segunda-feira, maio 16, 2005

Welcome Despertador

O OBSERVADOR CÓSMICO orgulha-se de ter a tua contribuição neste espaço independente e sem censura (sem censura até ver…..qualquer dia ….o PR manda extinguir o blog), tanto eu como os restantes cósmicos, esperamos "que te eleves aos cosmos e observarás a vida dos Terráqueos humanóides”, como diz o Miguel.

Por falar em censura, esta foi mal utilizada em muitos lugares e por isso hoje já não existe, ou será que existe? Pois, mas não pensem que volto a falar na Comunicação Social, porque agora o País parece que está Bem e Recomenda-se, parece que estamos em estado de graça.

Nunca é demais afirmar que o OBSERVADOR CÓSMICO orgulha-se de possuir colaboradores distintos e dignificos, por vezes com algumas divergências, desde divergência de ideias e/ou ideais, divergências politicas, divergências sociais, ou até mesmo clubistas (que nem dá para notar?), como alguém diria, "Todos Diferentes, Todos Iguais".

Abraço,

PS(D): Espera pela resposta do Marques Mendes.:)

Campeão sem merecer

E digo isto porque, quer o slb quer o fcp, e independentemente do vencedor, nenhum deles é merecedor do título.

O GRANDE SPORTING CLUBE DE PORTUGAL, pelo futebol praticado ao longo da época, seria o mais justo vencedor. Logo a seguir o Braga, pela dimensão do clube e por aquilo que jogou e lutou até ao fim, seria o segundo clube merecedor do título.

Agora fcp?!?.... slb?!? - De facto, justiça não é palavra que se aplique no futebol.
Ganha quem marca... O slb marcou sem merecer... paciência...

P.S. - Pessoalmente, considero o Peseiro o principal responsável pela derrota do GRANDE SPORTING CLUBE DE PORTUGAL. Entrar sem ponta-de-lança foi mostrar receio por um adversário que estava perfeitamente ao nosso alcance... É que eles, a terem que ganhar o jogo, não fizeram nada por isso. E mais não digo...

Para Começar...

Depois de tão honroso convite, achei-me na obrigação de escrever. Decidi fazê-lo mal vi esta notícia sobre Estaline: Comunistas 'reabilitam' o mandato de Estaline.
Não sei por que razão foi, mas tive curiosidade em dar uma vistinha de olhos pelo artigo. Ora ficámos a saber que Estaline é descrito, no Avante! como um revolucionário e um homem que deu tudo à Rússia sem pedir nada em troca. Para além do mais, ele, segundo parece, enquanto as burguesias ocidentais deixavam crescer o nazismo, já ia dando luta aos alemães.
Tudo isto para dizer que estas coisas parecem os livrinhos da primária do Estado Novo. Eu não consigo perceber como há pessoas que acreditam piamente nestas coisas. E não se trata de ser ou não comunista, é apenas uma lavagem ao cérebro incompreensível. Depois são aquelas fabulosas saídas do: "tenho dúvidas se a Coreia do Norte não será uma democracia".
Como me pediram para não bater muito no Marques Mendes, aqui vai. Este discurso Comunista só é equiparável a uma frase do Marques Mendes no congresso PSD (antigo PPD/PSD ou PSL), que correspondia a: "só nós somos capazes de governar o país" (corrijam-me se estiver errado, pois não me lembro das palavras exactas). Conseguem compreender as semelhanças no discurso?

Um abraço,
Obrigado pelo convite.
Ass: Xavier Gonçalves
P.S. - Pires, desculpa lá a do Marques Mendes. :)

domingo, maio 15, 2005

E porque não...

...a reviravolta total?

Acredito ainda que o meu FC Porto, para desespero de alguns dos bloguistas colegas, consiga chegar ao topo do universo e deixe os meus amigos a verem estrelas, verdadeiros observadores cósmicos da constelação do Dragão!

Aviso já que não darei os parabéns pela vitória de outro que não seja o FC Porto, porque o único que até poderia merecer vencer a Superliga seria o braga, mas como desses não gosto também (afinal, eles são "meio" benfiquistas) então só me resta a hipótese de crer que o meu FC Porto ainda lá vai chegar (nem que tenha de implorar à ajuda dos loureiros do Boavista, com Rui Rio incluído e até Zé Lello e tudo...

Por último, parabéns ao Pires e ao nosso Vitória que chegou ao seu objectivo, a Taça UEFA.

Vitoria na Taça UEFA


Fonte: http://www.vitoriasc.pt

E assim o Leão ficou sem poder Festejar

Em primeiro lugar quero deixar aqui os PARABÉNS AO MEU BENFICA!

Em segundo lugar, e embora sem dúvida alguma eu me imagino a festejar o título, porque estou confiante e porque se calhar nesta instância esteja mais tranquila a equipa que tem vantagem, penso que não temos que ficar tão eufóricos e tentar ganhar o próximo jogo antes do tempo como muitos adeptos já o fazem... É quase seguríssimo dizer que vamos festejar, até porque continuamos a depender única e exclusivamente de nós e “querer é poder” mas mesmo assim, ainda faltam os noventa minutos, o tal empate ou a tal vitória que nos levarão às nuvens de que tantas ânsias temos!!Vai ser um jogo decidido por detalhes mas espero que os jogadores tenham carácter e personalidade para aguentar um ambiente tão extraordinário como o que se vai viver no Bessa.

FORÇA BENFICA... TU TENS A LUZ QUE NOS CONQUISTA!!

Por último espero que também os lagartos joguem com carácter e personalidade e tragam uma vitória na Taça UEFA na próxima quarta feira, e que assim honrem a nossa pátria... porque acima de tudo lá fora somos todos portugueses sem distinção! Força... o campeonato já era :p

"Selecção" apurada p/ Taça UEFA

A minha "selecção", o Vitória de Guimarães, garantiu hoje presença na próxima edição da Taça UEFA, ao vencer por 2-0 o Boavista, no magnífico estádio D.Afonso Henriques. De destacar ainda que no referido encontro entre os eternos rivais estiveram a assistir ao jogo 26057 vimaranenses.

Viva o Torinha

sábado, maio 14, 2005

O Que Mudou?

"(...) um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, - reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta

(...) Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta ate à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados (?) na vida intima, descambam na vida publica em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na politica portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro (...)

Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do país, e exercido ao acaso da herança, pelo primeiro que sai dum ventre, - como da roda duma lotaria.

A justiça ao arbítrio da Politica, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas;

Dois partidos (...), sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes (...) vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se amalgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, - de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar (...)"

Guerra Junqueiro, in "Pátria", escrito em 1896

quinta-feira, maio 12, 2005

Aborto vs .....Burrice

"Matar uma pessoa no seio materno é mais grave do que matar uma pessoa que não se pode defender. Uma menina de cinco anos pode reagir, pode chorar, queixar-se"

Domingos Oliveira - Padre da paróquia de Lordelo

quarta-feira, maio 11, 2005

3000

Ultrapassamos Hoje o limite dos 3000 visitantes.

Parabéns e Obrigada a todos os Visitantes e Colaboradores

Comunicação Social Hibernou

A confusão que se viveu no seio do governo, com o ministro da saúde a dizer uma coisa e o primeiro-ministro outra, demonstra falta de diálogo e entendimento.

Pelos vistos já se irá realizar a construção de novos hospitais, e nem sequer serão 4 ou 7. Serão 6. Pelos rumores, será a cidade da Guarda a única das que estava previsto haver construção de uma nova unidade hospitalar a ficar sem novo hospital.

Mas o que mais me impressiona é a passividade com que a comunicação social vê esta sequência de diz e desdiz. O Santana já estaria crucificado na cruz com mais de 200 manchetes a chamá-lo de incompetente e a acusá-lo de ser incapaz de liderar um governo.

Este caso foi a gota de água. Para um português minimamente atento, tornou-se demasiado evidente a cumplicidade que existe entre a comunicação social e o novo governo socialista.

Eu não quero que sacrifiquem um governo por causa de uma falha de comunicação ou de entendimento, mas no mínimo transmitam ao país os factos.

Possivelmente a comunicação social hibernou. Quando lhes tornar a cheirar a "laranja" pode ser que acordem para mais uma odisseia de enterros políticos.

domingo, maio 08, 2005

Amanha, pela primeira vez na Super Liga 2004/05:

- 6 milhões de Adeptos do Vitoria

:)

sexta-feira, maio 06, 2005

SPORTING


ABENÇOADO MIGUEL GARCIA...
MIGUEL CORAÇÃO DE LEÃO

SPORTING


EMOÇÕES DEMASIADO FORTES PARA ENCONTRAR PALAVRAS QUE AS CONSIGAM DESCREVER...

quinta-feira, maio 05, 2005

GARRA, CONFIANÇA E CONCENTRAÇÃO



GRANDE SPORTING NÃO PARES AGORA
COM A FORÇA LEONINA SERÁS CAMPEÃO
NAQUELA QUE SERÁ A HORA
DA CONSAGRAÇÃO DO LEÃO

FORÇA SPORTING OLÉ

quarta-feira, maio 04, 2005

Durão Barroso vs Mourinho

Qual destes o mais famoso na Europa? Com certeza o Mourinho.

Quem tem mais responsabilidade? Com certeza o Durão.

Os portugueses, arrastados pela onda de protagonismo que as televisões dispensaram ao Mourinho, elevaram-no a deus nacional. Talvez o melhor treinador de futebol do mundo actualmente, é um facto, mas não é motivo para tamanha "maluqueira" à volta de tal acontecimento. O mal dos portugueses é darem demasiada importância ao que não deviam.

Algum canal de tv alguma vez se preocupou em transmitir "Um dia na vida de Durão Barroso"?
Não seria interessante ver como é o dia a dia do português com maior responsabilidade e poder no mundo? Não seria uma forma de informar sobre o funcionamento e o que se passa na Europa?

Alguma vez Portugal exportou um quadro com tamanha responsabilidade?

Mas os canais de tv, alimentados pelas audiências, preferem o Mourinho.

Ele é que é o deus...

P.S. - Ontem ouvi um adepto do AZ Alkmaar dizer que na Holanda vibra-se com o futebol durante 2 horas, depois cada um segue a sua vida. Em Portugal oiço dizer que se o benfica for campeão a nossa produtividade aumentará. Que se pode fazer perante isto? Emigrar. É que o benfica não será campeão nos próximos 10 anos...

Resposta ao artigo "China:Oportunidade ou ameaça? (II)

Acho que o conflito de ideias na cabeça do autor está bem patente neste artigo. Ou então ainda tem a ilusão do "mundo perfeito e cor-de-rosa". Fanáticos, fundamentalistas e radicais irão existir sempre.

O que é preciso é fazer cumprir a Carta dos Direitos do Homem. Colocar objectivos e tomar medidas para os cumprir. Por exemplo: quem me prova a mim que é impossível acabar com a fome num prazo de 10 anos? Ninguém. Basta querer.

Primeiro passo: liberalizar a entrada de produtos agrícolas oriundos dos países subdesenvolvidos.
Segundo passo: Perdoar a dívida externa aos países subdesenvolvidos.
Terceiro passo: Aumentar o investimento directo estrangeiro naqueles países.

O mundo perfeito jamais existirá. Agora um mundo melhor é possível.
Aliás, um Mundo Muito Melhor. Mais, confio na capacidade da Europa para fazer por isso.

Roubo na SuperLiga? Portugal Mesquinho.

SOU DO SPORTING.

Se se pode falar em "roubo" no futebol, então nós fomos os mais saqueados durante a década de 90, de longe.

Relativamente a este ano, muito sinceramente, não quero crer que tenha havido intenção por parte dos árbitros nos erros que cometeram ao longo da época. Em ano de início da investigação apito dourado, seriam um descaramento e um risco muito grande. Mas mesmo assim se continua a insistir na tese de "roubo". Errar é humano. Que me lembre, os erros mais escandalosos que vi esta época até foram em Inglaterra. Ex: golo anulado ao Pedro Mendes.

AGORA A SÉRIO. PORQUE O FUTEBOL VALE O QUE VALE.

Sabem uma coisa? Eu penso que o futebol é o espelho da mentalidade e da cultura do povo português. As três características mais evidentes são: a desconfiança, a inveja e a transferência da "culpa" para outra entidade.

A desconfiança está presente em toda a dimensão da nossa sociedade. O próprio Estado é o primeiro a desconfiar dos seus cidadãos. Por exemplo, no caso das infracções ao código da estrada, paga primeiro e depois contesta. Os cidadãos desconfiam do Estado na medida em que veêm neste uma fonte de riqueza e protagonismo para alguns, os chamados "tachistas".

A inveja, bom, esta sentimo-la em toda a parte. Na mercearia, no talho, no café, no vizinho do lado. Este sentimento mesquinho, em que quando vemos alguém melhor do que nós não procuramos ficar como ele, antes preferimos que ela desça ao nosso nível.

Transferência da culpa. Colocar as culpas para cima dos outros é outra característica intrínseca do povo português. Um exemplo recente. De quem é a culpa da crise que estamos a atravessar? Da China. Nossa é que não é, de certeza absoluta. A equipa perde, de quem é a culpa? Do árbitro.

P.S. - Também eu, apesar de cada vez mais raro, sou consumido por estes sentimentos. Ainda no passado sábado, após as vitórias do Benfica e do Porto frente ao Belenenses e Marítimo respectivamente, senti um pouco daquilo que descrevi acima. Mas depois, pensando melhor, e se realmente me quero elevar relativamente a esta mentalidade provinciana, não posso pensar de tal maneira.

terça-feira, maio 03, 2005

China: Oportunidade ou ameaça?

A China, do meu ponto de vista, é mais uma oportunidade do que uma ameaça. Portugal tinha uma porta de entrada neste imenso mercado que era Macau. Infelizmente, por culpa dos sucessivos governos ou da falta de audácia dos nossos empresários, não soubemos aproveitar o início da época de ouro do crescimento chinês. Penso que vamos atrasados, mas ainda a tempo.

Mas, mais abrangente do que a reforma económica que a China está a atravessar, creio que a mudança de mentalidades e uma maior aproximação cultural e social será possível no prazo de uma década.

E esta sim, será a força mobilizadora de uma globalização mais justa e onde os princípios wilsonianos serão a base de sustentação da justiça, do progresso e da paz a nível mundial.

P.S. - Nunca uma catástrofe mundial teve uma moblização de pessoas e meios de todo o globo como o "Tsunami Asiático". Isto quer dizer alguma coisa...

domingo, maio 01, 2005

"O Governo parece um Governo de faz de conta: faz de conta que governa mas tem-se a sensação que não governa. Portugal precisa de um choque - não um choque de tecnologia ou de gestão - precisa sim de um choque vital, um choque que dê vida à sociedade, um choque que dê energia às instituições, um choque que ajude a mudar e renovar as mentalidades, um choque que gere alma, auto-estima, esperança e sobretudo um grande orgulho em Portugal e no seu futuro"

Luís Marques Mendes